A inédita medalha conquistada neste domingo (12) no Pan de Toronto não ilude a seleção brasileira feminina de rúgbi na preparação para a Olimpíada do Rio.

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Em 2016, o presidente da Confederação Brasileira de Rugby, Samy Arap, estabeleceu como objetivo ficar entre as seis melhores da competição que terá 12 equipes.

A meta (cumprida) neste Pan era, no mínimo, ficar com o terceiro lugar, atrás do Canadá (campeão) e Estados Unidos (vice), que estão entre as cinco potências mundiais da modalidade.

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“Nosso projeto é de longo prazo. Começou em 2010 e é para sermos medalhistas olímpicos após 2030”, afirma Araap, ex-jogador e técnico de rúgbi.

A aposta da entidade é na seleção feminina, que, segundo o presidente, recebe 70% do investimento dedicado ao alto rendimento na modalidade Sevens (olímpica e pan-americana). Os homens ficaram em sexto no Pan.

“Fui crucificado pelo masculino”, diz Araap sobre a decisão tomada no início da sua gestão. “Mas elas têm chance de medalha”, justifica.

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O formato empresarial (com CEO, conselho de administração, metas etc.) e a boa relação com empresários fez com que a confederação acumulasse o patrocínio e apoio de um total de 23 empresas. Recursos públicos, via Lei Agnelo/Piva, representam menos de 10% do orçamento anual de quase R$ 20 milhões.

Hoje o Brasil tem uma seleção feminina permanente com 20 atletas, outra de desenvolvimento com mais 20 meninas, um centro de treinamento em São José dos Campos, disputa pelo terceiro ano a World Series e mantém a hegemonia regional com dez títulos sul-americanos seguidos.

“Hoje o rúgbi é nossa profissão. Antes éramos amadoras. E é diferente você estudar, trabalhar e ainda ter que jogar com meninas que treinam de domingo a domingo”, afirma a jogadora Baby.

Para a atleta, o Pan significa metade do caminho para a Rio-2016. 

“Hoje estamos entra as dez melhores do mundo, mas nunca entramos no top-6. É um passo. Precisamos saber onde estamos para ver onde queremos chegar”, analisa.

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Atualmente a seleção feminina é dirigida por Chris Neill, da Nova Zelândia, maior potência da modalidade.

“Sou realista, tem seleções na nossa frente que são muito boas. Mas nós vamos brigar na Olimpíada”, diz a capitã do time, Paulinha Ishibashi.