Com o Brasil campeão em três categorias, termina hoje, no Ginásio do Tarumã, em Curitiba, o 1.º Mundial em Cadeira de Rodas. A competição, de um esporte que começou a se organizar há oito anos no interior do Paraná, em Toledo, antecede um marco para o esporte: a criação de sua federação internacional.
Os dirigentes dos países representados na competição Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile e Austrália estão se reunindo para definir os estatutos e a primeira diretoria da Federação Internacional de Handebol em Cadeiras de Rodas (IWHF na sigla em inglês). A fundação da entidade deve ser finalizada hoje, segundo o presidente da comissão organizadora e diretor de esporte paralímpico da Secretaria Estadual do Paraná, Décio Calegari.
Foi com o envolvimento de Calegari que o esporte começou a se organizar ainda na Unopar de Toledo, em 2005. "Estávamos buscando esportes para pessoas que usam cadeira de rodas, que não precisasse de tanta habilidade quanto o basquete e nem que fosse para gente com mobilidade tão baixa quanto o rúgbi. Fui procurado pela minha vivência no handebol e descobrimos outras iniciativas em Campinas e no Rio. Uma para lazer e outra com fins terapêuticos", contou.
O passo seguinte foi adaptar as regras do handebol para as pessoas com deficiência física. Nas categorias criadas para sete jogadores, utilizaram-se as regras adaptadas do handebol de quadra, com dois tempos de 30 minutos. Nas categorias para quatro jogadores, usam-se as regras do handebol de praia, com dois sets de 10 minutos com gol de ouro após empate no set e desempate de cinco minutos em caso de placar de 1 set a 1.
Uma diferença fundamental é o gol, que tem um redutor de altura de 40 cm, para que possa ser defendido por atleta cadeirante como os demais. "Como proibimos na regra que a bola fosse colocada no colo, como acontece no basquete, o drible virou um recurso e o fundamento mais importante do jogo virou o passe", explicou Calegari. O handebol em cadeira de rodas já teve campeonato nacional com seis estados.
O Mundial com entrada gratuita segue hoje com partidas das 10 h às 18 horas, mas o Brasil já tem três taças asseguradas. Na categoria 4M (quatro jogadores com atletas com vários níveis de mobilidade), a seleção bateu a Bolívia por 7/4 e 10/1. Na 7M, a Bolívia também foi batida por 26 a 7. Na 4B (quatro jogadores com baixa mobilidade), o Brasil superou a Argentina por 6/1 e 7/2.
A competição no Tarumã marca uma nova fase do ginásio, que andava esquecido. O local será usado por competições paralímpicas, como um campeonato de futebol para cegos na próxima semana.
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