A detentora da transmissão da Copa do Mundo de natação em Doha, no Catar, ignorou atletas e a bandeira de Israel em alguns momentos da disputa que aconteceu no domingo (20) e segunda-feira (21).
Embora não tenha conflito direto com o Catar, que sediará a Copa do Mundo de futebol em 2022, Israel possui divergências abertas com outras regiões do Oriente Médio, como os territórios palestinos.
Na final dos 50m costas, a transmissão apresentou todos os atletas, exceto o israelense Guy Marcos Barnea. Segundos antes da prova, a TV exibiu ainda os nomes dos nadadores ao lado das bandeiras de seus respectivos países. O nome de Barnea, porém, aparece ao lado de uma bandeira branca ao invés da bandeira original de seu país, que conta com uma estrela de David (símbolo do judaísmo) e duas linhas verticais, ambas na cor azul.
Amit Ivry também viu a bandeira do seu país desaparecer antes da final dos 100m medley, como mostra a imprensa do país.
Amit ficou na segunda posição e não ganhou crédito na premiação. A TV indicou a medalha de bronze para a alemã Theresa Michalak e a de ouro para a húngara Katinka Hosszu, mas mostrou Amit de longe e nem colocou legenda para identificá-la.
A transmissão da prova também ignorou a bandeira de Israel antes dos 200m medley em que o israelense Gal Nevo ficou na quinta colocação.
"Três anos atrás viemos para Dubai para o campeonato mundial e estamos surpresos por descobrir que é um país muçulmano que se recusa a reconhecer Israel", escreveu Nevo em seu Facebook.
"[No campeonato mundial] o nome de Israel não foi mencionado durante toda a competição. Fomos apresentados como nadadores ISR [iniciais de Israel]. E pela segunda vez, agora na Copa do Mundo, parece um reprise", afirmou.
Esta não é a primeira vez que um esportista israelense tem problemas em uma competição no Oriente Médio. Em 2009, a tenista Shahar Peer teve negado o visto de entrada nos Emirados Árabes Unidos para disputar o Torneio de Dubai.
Em nota, a organização explicou que o veto teve como motivo o "elevado sentimento público de repulsa no Oriente Médio contra tudo o que ela poderia representar".