O Comitê Olímpico do Brasil se manifestou após a acusação pela polícia de Toronto de que o atleta brasileiro de polo aquático, Thye Bezerra Matos, teria abusado sexualmente de uma jovem canadense - o brasileiro foi goleiro reserva da seleção masculina de polo aquático nos Jogos Pan-Americanos. A entidade diz que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) tem que fazer os esclarecimentos e lembra que exige dos atletas um “comportamento impecável”.
“O Comitê Olímpico do Brasil condena qualquer comportamento que envolva violência ou abuso”, escreveu o COB, em nota. “O COB exige de seus atletas um comportamento impecável, lembrando-lhes sempre que, quando viajam ao exterior, representam o seu país”.
O Comitê afirmou que a CBDA deve se manifestar sobre o caso assim que possível. “Nosso desejo é que os fatos sejam completamente esclarecidos pela polícia de Toronto e pela CBDA, responsável pela equipe nacional de polo aquático, que está em Kazan na Rússia para o campeonato mundial da modalidade.” A CBDA ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
O goleiro da seleção brasileira está em Kazan, na Rússia, onde a equipe vai disputar o Mundial de Esportes Aquáticos. Ele é acusado de ter entrado no quarto da vítima e abusado sexualmente dela no dia 16 de julho, um dia depois da participação da seleção de polo no Pan. De acordo com a legislação canadense, a pena máxima para casos de abuso sexual é de 15 anos de detenção.
Na mesma nota, o COB se colocou à disposição para ajudar as autoridades canadenses na investigação. “Estamos à disposição das autoridades canadenses para colaborar na apuração do caso, dentro dos princípios que regem a acusação, que exige provas e ampla defesa. Continuaremos, mesmo depois do encerramento dos Jogos em Toronto, a trabalhar neste tema com a missão diplomática brasileira no Canadá”.
A Justiça canadense trabalha para que o atleta retorne à Toronto e responda à acusação. “Daremos procedimento ao processo, temos os melhores investigadores da América do Norte envolvidos no caso, coletamos todas as evidências exigidas e ao mesmo tempo trabalhamos para trazê-lo de volta para enfrentar as acusações. O melhor dos cenários é ele voltar a Toronto e encarar as acusações”, declarou a inspetora-chefe de crimes sexuais de Toronto, Joanna Beaven-Desjardins.