O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, se pronunciou nesta segunda-feira sobre os recentes escândalos de doping que atingiram o atletismo e garantiu ver um lado positivo nesses casos. De acordo com o dirigente, os resultados positivos dos velocistas Tyson Gay, Asafa Powell e Sherone Simpson são decepcionantes, mas também uma prova de que os esforços para descobrir o uso de substâncias proibidas estão funcionando.
Os casos foram divulgados no último domingo, um mês antes do começo do Mundial de Atletismo de Moscou. "Estou naturalmente desapontado, e gostaria de reiterar a nossa política de tolerância zero contra o doping", disse Rogge.
"É claro que a luta contra o doping pode nunca ser totalmente vencida, mas estes casos mostram mais uma vez a eficácia da forte, sofisticada e em constante evolução batalha contra o doping no esporte que está sendo travada pelo Comitê Olímpico Internacional e seus parceiros no Movimento Olímpico", completou.
Os casos de Gay, Powell e Simpson acontecem um mês após a jamaicana Veronica Campbell-Brown testar positivo para um diurético proibido.
"Embora não sejam perfeitos, os métodos são cada vez melhores, com passaportes sanguíneos e a capacidade para testar os atletas em qualquer momento dentro e fora de competição provando ser eficaz na captura de fraudes para agir como impeditivo", disse Rogge. "Nós também mantemos as amostras por oito anos, para que as melhorias nos testes possam pegar fraudes após os Jogos acabarem".
Thomas Bach, que comanda as investigações do COI em casos de doping nos Jogos Olímpicos e é um dos vice-presidentes do comitê disse que a última notícia é "decepcionante e encorajadora ao mesmo tempo".
"Se toda a informação for confirmada no final do dia seria uma grande decepção que alguns atletas, obviamente, ainda não entenderam que há tolerância zero na luta contra o doping", disse o alemão. "Pegar as fraudes é importante, mas apenas um meio para o fim de proteger os atletas limpos".
"Ao mesmo tempo, a notícia de ontem é encorajadora porque prova que o sistema de teste está funcionando e nenhuma fraude está segura. A luta contra o doping leva tempo e nunca será encerrada mas estamos lutando com todas as consequências necessárias", completou.
Gay foi o primeiro a vir a público no último fim de semana ao divulgar resultado de exame realizado pela Agência Antidoping dos Estados Unidos. Ele não revelou a substância detectada, fora de competições, mas antecipou que não participará dos próximos eventos, frustrando um esperado duelo com o jamaicano Usain Bolt na prova dos 100 metros no Mundial de Atletismo.
Logo após a revelação do norte-americano, Powell admitiu ter testado positivo para a substância oxilofrina, um estimulante que faz parte da lista das proibidas pela Agência Mundial Antidoping. O jamaicano não se classificou para a disputa dos 100 metros em Moscou.
O empresário do velocista também confirmou que Sherone Simpson, integrante da equipe jamaicana feminina que foi medalhista de prata no revezamento 4x100 metros na Olimpíada de Londres/2012, fora flagrado em testes realizados durante as seletivas. De acordo com o jornal The Gleaner, da Jamaica, outros três atletas foram pegos no doping. Os nomes ainda não foram confirmados, mas Allison Randall, do lançamento de disco revelou nesta segunda ter testado positivo.
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