Uma medalha inesperada, inédita e em meio a muitas dificuldades. Há uma semana, o conjunto brasileiro da ginástica rítmica conquistou, em Minsk (Bielorrússia), a medalha de bronze na sétima etapa da Copa do Mundo de 2013. Foi a senha para exigir atenção à modalidade.

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Foi a primeira medalha do conjunto nacional em um torneio deste porte. O terceiro lugar foi conquistado por uma seleção renovada este ano e que treinou por apenas oito semanas duas coreografias – uma com as maças, que lhes rendeu o 5.º lugar na Bielorrúsia, e a de três bolas e duas fitas, a do bronze logo na primeira apresentação.

E mais: enquanto as brasileiras estavam em seu primeiro compromisso no calendário, as seleções adversárias já vinham afinadas pelas disputas de outras etapas.

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"Foi um começo de ano foi muito difícil. Das seis meninas, três estavam estreando na seleção. São muito novas, tiveram de se adaptar a mudança de cidade [a seleção permanente mora e treina em Aracaju-SE], estavam acostumadas a treinar cerca de três horas diárias. Comigo, treinaram oito, nove horas. Chegou a um ponto que todas estavam com bolhas nos pés", fala a técnica do conjunto, a londrinense Camila Ferezin.

O conjunto foi formado por três paranaenses: as novatas Beatriz Pomini, Gabriele Silva e a veterana Débora Falda (campeã dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011), todas da Unopar (Londrina).

Por falta de verba, conta a treinadora, a seleção teve de alterar o calendário e deixou de participar das primeiras etapas da Copa do Mundo. Não bastasse, nos dois dias de treinos no local das disputas, Débora, capitã do conjunto, ficou internada em um hospital por causa de uma virose.

"Mas, felizmente, competiu. Com todas essas situações, não esperava que fôssemos competir 100%. O que nos falta, agora, é investimento. Precisamos entrar no circuito de competições. Quanto mais competirem, mais vão evoluir para voltarmos a nos classificar para uma olimpíada", segue a treinadora.

Em 2012, nos Jogos de Londres, o Brasil não teve representantes na ginástica rítmica.

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A apresentação que rendeu o bronze inédito foi criada há seis meses, quando a seleção fez um estágio de 20 dias na Rússia. Camila recebeu sugestões de qual música escolher: comprou os direitos de uso de uma valsa clássica russa, trilha sonora do filme Os Filhos do Capitão Grant, baseado na obra de Julio Verne. A coreografia recebeu várias sequências de balé, como a sequência de sete piruetas consecutivas sobre um pé, realizada com sincronia pelo conjunto.

"Esta é uma novidade: contamos agora com uma bailarina clássica, a Bruna Martins, como coreógrafa", acrescenta a técnica.

A próxima etapa da Copa do Mundo será no fim do mês, em Viena, na Áustria.