A campanha dos jogadores de poker para que ocorra uma diferenciação entre jogos de habilidade e jogos de azar no marco regulatório dos jogos do Brasil tem dado resultado. Durante a audiência pública na quarta-feira (30) para discutir o assunto, diversos deputados pertencentes à comissão que estuda o assunto se mostraram favoráveis à separação das modalidades. Por outro lado, algumas pessoas presentes também protestaram contra a regulamentação dos jogos.
O relator do projeto, Guilherme Mussi (PP-SP), foi um dos que defendeu os jogos de habilidade. “A gente tem que dar mais legitimidade e proteção ao poker, por exemplo. Como relator, é por isso que eu vou brigar, e colocar para a mesa para que não haja cilada por parte de outros interessados”, garantiu.
A preocupação é que jogadores de jogos de habilidade não sejam tributados e nem tratados iguais àqueles que atuam em jogos de azar. Estão na primeira modalidade, além do poker, xadrez, damas, sinuca, dominó e os e-games [jogos eletrônicos], segundo a Associação Brasileira de Esportes Intelectuais (ABRESPI). Os jogos de azar são as roletas, caça-níqueis e qualquer outro que dependa apenas da sorte.
“Eu jogo sinuca e tenho muito orgulho de praticar essa modalidade. Prova disso é que eu ensino meu filho, porque é um jogo de habilidade. O que eu quero é o jogo regrado e controlado pelo estado, como manda a lei, sem ter nada ilegal”, afirmou o deputado Pompeo de Mattos (PDT- RS).
A reunião na comissão contou com a palestra do presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em – a principal modalidade de poker jogada no mundo –, Igor Trafane, e o campeão mundial de poker André Akkari. Além disso, a comunidade do poker fez uma campanha para que a expressão #JogosDeHabilidade entrasse entre os assuntos mais comentados do Twitter, o que realmente aconteceu.
A comissão agora espera definir e votar em 30 dias o relatório sobre a regulamentação dos jogos para que na sequência entre na pauta de votação da Câmara e prossiga para o Senado.
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