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Meninas da Associação de Ginástica Rítmica (Agir) aproveitam o apoio da Lei de Incentivo pelo quinto ano seguido | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Meninas da Associação de Ginástica Rítmica (Agir) aproveitam o apoio da Lei de Incentivo pelo quinto ano seguido| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Garimpo

Equipes correm atrás de parcerias para viabilizar recursos

Com uma equipe juvenil no tae kwon do conquistando resultados nacionais, especialmente com o time feminino, a Associação Esportiva Juventus, em Cascavel, tenta, desde dezembro de 2011, conseguir empresas que invistam no projeto que vai garantir mais dois técnicos, material esportivo e verbas para as viagens do grupo. O Ministério do Esporte aprovou, em dezembro de 2011, R$ 859,6 mil. A associação tem até dezembro para somar o valor. Até agora, garantiu R$ 92,7 mil.

"Vamos começar a usar a verba quando chegarmos ao valor total [R$ 122 mil]. Para montar o projeto, vê-lo aprovado no Ministério do Esporte, contatar empresas que se enquadram na Lei de Incentivo e convencê-las a investir na nossa equipe, contratamos um consultor especializado no assunto", conta o técnico e coordenador do grupo de lutadores, Claudiomar Vieira.

O autor do Manual da Lei de Incentivo ao Esporte, José Ricardo Rezende, afirma que a falta de organização, transparência e gestão amadora nas associações esportivas são fatores que deixam o empresário reticente em destinar parte do valor que teria de pagar ao Imposto de Renda para um projeto esportivo. "Muitas vezes, os consultores se surpreendem com a realidade das associações esportivas com que vão trabalhar. Outra dificuldade é que profissionais de captação estão concentrados em grandes centros, como São Paulo. Então, a incidência de empresas investidoras e projetos com captação é muito maior nessas regiões", fala.

As empresas também alegam dificuldades para colaborar com o esporte. "Queríamos apoiar mais projetos no Paraná, mas ainda chega pouca coisa até nós", diz Anaelse Oliveira, coordenadora de processo de patrocínios do Grupo Volvo América Latina.

A cada R$ 3 investidos nos esportes de alto rendimento do Paraná via Lei de Incentivo Federal, R$ 1 vem da esfera pública. A participação da iniciativa privada no primeiro trimestre de 2013 superou a dos cofres públicos, chegou a R$ 4 milhões e apoia 14 projetos pelo estado. Da esfera pública, a verba está em três propostas aprovadas pelo Ministério do Esporte, em um total de R$ 2,3 milhões.

A Volvo é a empresa privada que mais diversificou recursos em projetos de alto rendimento para 2013. A fabricante de veículos comerciais repassou R$ 800 mil para quatro iniciativas: equipes de ginástica rítmica e patinação artística, em Curitiba; de canoagem, em Cascavel; e para a criação de um núcleo de avaliação esportiva na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

"A Lei de Incentivo é um mecanismo de isenção fiscal que nos permite apoiar projetos com propostas alinhadas com os princípios da empresa. Como estamos sediados há 35 anos no Paraná, buscamos projetos esportivos no estado, como contrapartida social. Também nos interessa apoiar iniciativas que promovam o desenvolvimento do esporte – por esse motivo, escolhemos a patinação – e que tenham relevância social", diz a coordenadora do processo de patrocínios do Grupo Volvo América Latina, Anaelse Oliveira.

"Este é o quinto ano que contamos com a Lei de Incentivo, que nos permitiu estar entre as melhores equipes do país. Assim, deixamos de fazer rifas para ter como levar as meninas para competir. Agora podemos dizer que a Agir é grande", conta a presidente da Associação de Ginástica Rítmica (Agir), Claudiane Cassol. Em 2009, ela e outras mães de ginastas foram pioneiras no estado na captação de verbas via Lei de Incentivo. Agora, contam com R$ 835,7 mil vindos da Volvo, da CR Almeida, da Tigre, da Brose e da Caminhos do Paraná.

Nos 40 projetos paranaenses de alto rendimento para 2013, a Volvo é a terceira maior colaboradora. Na liderança dos repasses, uma estatal: o BNDES repassou à Academia Brasileira de Canoagem R$ 1,4 milhão para a construção de um centro de treinamento em São Paulo. A verba entra na conta dos projetos paranaenses porque a beneficiada é uma entidade criada pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), sediada em Curitiba.

O segundo maior investidor no esporte paranaense é a Cielo (empresa de soluções de pagamentos eletrônicos), com R$ 1 milhão destinado à equipe de ginástica artística, comandada pelo ucraniano Oleg Ostapenko, na Federação Paranaense de Ginástica. Ao todo, a equipe pode captar R$ 2,6 milhões (até agora, somou R$ 1,9 milhão).

Da esfera pública estadual, a Copel já autorizou o repasse de R$ 732 mil para o laboratório de fisiologia da UEM, para a otimização das instalações das categorias de base do Atlético e para o time de Cascavel no futsal. Até maio, a empresa estadual de energia deve retomar a "liderança" no posto de maior investidor no esporte via Lei de Incentivo: até lá, deve confirmar novo apoio ao Top 2016 – programa estadual de bolsa aos atletas, fala o presidente do Instituto Paranaense de Ciência do Esporte (entidade ligada à Secretaria do Esporte do Paraná). Lissandro Dorst.

Em 2012, a Copel bancou R$ 5,84 milhões do Top 2016 via lei federal, o equivalente 80% do custo total (R$ 7,3 milhões). "Queremos passar de mil para 1,8 mil bolsas. A Copel e a Sanepar já são parceiras. Temos conversado com a Renault [sediada em Curitiba] e com a Syngenta [que tem unidade de negócios em Londrina]", lista Dorst.

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