Um relatório elaborado por uma comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada), divulgado nesta segunda-feira (18), confirmou a ascendência do governo da Rússia nos casos de doping de atletas do país.
O documento vinculou diretamente o ministro de Esportes russo, Vitaly Mutko, ao programa de dopagem de durante a Olimpíada de Inverno de Sochi, em 2014.
Conforme o relatório, Mutko “dirigiu, controlou e supervisionou a manipulação” de exames antidoping de atletas da Rússia em Sochi. A Rússia, segundo o relatório, mantinha um “sistema de dopagem promovido pelo Estado”.
A constatação coloca em dúvida a participação russa na Olimpíada do Rio. É cada vez mais crescente a hipótese de exclusão completa da delegação do país da Rio-2016.
“Parece muito provável que essa carta vai confirmar um dos maiores escândalos de doping da História, implicando o governo russo em uma massiva conspiração contra os atletas limpos do mundo todo. Vai ser um balde de água fria no esporte”, disse Joseph de Pencier, chefe executivo do Instituto Nacional das Organizações Antidoping, antes de receber o documento da Wada.
No momento, apenas a equipe de atletismo russa está impedida de vir ao Rio. A punição foi imposta pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), após a descoberta de casos generalizados de doping que tiveram a conivência da Federação de Atletismo da Rússia (Araf). Os russos recorreram ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS). A decisão sairá no dia 21. Atletas também apelaram ao CAS, como Yelena Isinbayeva, do salto com vara.
Das 68 sentenças dadas até agora, apenas uma atleta conseguiu autorização para estar na Rio-2016, a saltadora Darya Klishina. Delatora do esquema de doping, a corredora Yulia Stepanova vai competir sob a bandeira do COI. No entendimento da entidade e de algumas federações, a exclusão da delegação Rússia é extremamente prejudicial, por tirar a importância do evento.
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