Ricardo Zonta, Julio Campos, Thiago Marques e Gabriel Casagrande: momentos finais dos paranaenses na pista.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O rumor sobre o fim do Autódromo Internacional de Curitiba (AIC) começou há pelo menos cinco anos, mas neste domingo (6), na abertura da temporada da Stock Car, o adeus à pista localizada em Pinhais começa para valer.

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Com a confirmação oficial de que o circuito será desativado em julho para a construção de um complexo imobiliário/residencial, o clima de despedida já tomou conta do paddock. E o sentimento de tristeza é percebido especialmente nos pilotos paranaenses.

“Ouço sobre o fechamento há muito tempo e era daqueles que só acreditava vendo, mas desta vez vai acontecer. É muito triste, não tenho nem palavras”, fala Julio Campos, único piloto nascido na capital do estado a vencer em casa pela categoria, em maio de 2015.

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“A ficha só vai cair no ano que vem, quando vermos o calendário de provas e percebermos que Curitiba está fora. Várias equipe de Stock, de Fórmula 3 são daqui. Não vai sobrar nada”, lamenta o curitibano Ricardo Zonta, com 38 corridas de Fórmula 1 no currículo.

“É uma perda enorme para o automobilismo nacional. Curitiba tem um layout simples e muito desafiador. Dificilmente se encontra alguém que não goste de correr aqui”, opina o paranaense Augusto Farfus Jr, que desde 2012 corre na DTM (principal categoria de turismo da Alemanha) e que vai participar da prova de duplas no domingo dividindo o carro com Rubens Barrichello.

O clima de despedida tomou conta até mesmo da organização da prova. As chamadas de rádio para divulgar a corrida, por exemplo, destacam que a categoria não retornará a Curitiba. Assim, se o tempo colaborar, a expectativa é de arquibancadas lotadas no domingo. A capacidade oficial é para 40 mil pessoas.

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Como uma espécie de homenagem ao AIC, após a festa da vitória no pódio, os portões que dão acesso à pista serão abertos para o público ‘se despedir’. Para os pilotos, resta relembrar os bons momentos e saber aproveitar os últimos instantes nas sete curvas à direita, quatro à esquerda e cinco retas dos 3.695 metros traçado curitibano.

“Minha primeira corrida de Stock Light foi no AIC. Fiz a pole e terminei em segundo lugar. Foi um dos momentos inesquecíveis da pista para mim”, lembra o piloto curitibano Thiago Marques, que volta à Stock Car após cinco anos competindo no Brasileiro de Marcas.

“Entendo o motivo pelos quais o autódromo vai deixar de existir. Por outro lado, tive oportunidade de vencer duas vezes em Curitiba [em 2012 e 2013]. Vai ser legal se eu der a última volta no domingo e disser para mim mesmo que aproveitei tudo o que pude aqui”, resume o paulita Átila Abreu, que estreou em um carro de fórmula, em 2003, exatamente no circuito que começa a se despedir neste fim de semana.