Pierluiggi Chicca aposta em trabalho conjunto entre os atletas para a evolução da esgrima no Brasil| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Brasileiro de Esgrima é disputado até este domingo no Círculo Militar

Olhos atentos às seis pistas em que os combates de sabre, espada e florete são realizados. O mestre de armas italiano Pierluiggi Chicca está em Curitiba para acompanhar o Campeonato Brasileiro de Esgrima, realizado no Círculo Militar. Durante os quatro dias de competição – quinta até este domingo (27) –, ele observa os atletas de olho na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

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Embora considere que o número de brasileiros no circuito internacional é baixo e que eles estejam à "meia-água", longe dos piores e longe de figurar entre os melhores, Chicca assumiu há dois meses o posto de head coach técnico das seleções de esgrima, a convite da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE).

Chicca tem mais de meio século convivendo com os principais esgrimistas do mundo – e figurando entre eles. O italiano de 75 anos competiu em três olimpíadas com a equipe italiana de sabre. Ele conquistou a medalha de bronze nos Jogos de Roma, em 1960, e duas pratas, nos Jogos de Tóquio (1964) e da Cidade do México (1968). Depois, seguiu como técnico das seleções olímpicas da Espanha, Egito e Itália.

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O objetivo inicial do italiano é estabelecer uma unidade maior na modalidade no Brasil. Por isso, quer reunir os principais esgrimistas do país – como o gaúcho Guilherme Toldo (florete), o paranaense Athos Schwantes (espada) e o paulista Renzo Agresta (sabre) – com os atletas mais jovens para períodos de estágios conjuntos.

"A esgrima é um esporte individual, mas que precisa desse trabalho conjunto, importante para formar os substitutos desses atletas, dar a eles ritmo de competição", fala.

Chicca destaca que ainda é difícil pensar em medalha olímpica para o Brasil. Antes, é preciso criar estratégias para ampliar o número de praticantes do esporte.

"No Brasil, a esgrima está centralizada em algumas regiões do país. Não se aproveita o fato de brincar de espadas ser uma das brincadeiras dos meninos mais novos. Se um deles se interessa em levar essa brincadeira a sério, tem dificuldades de encontrar onde treinar", analisa, torcendo para uma melhora do panorama da modalidade nos próximos anos.