Morreu na manhã desta quinta-feira (18), aos 65 anos, o esgrimista, filósofo e professor Ronaldo Vadson Schwantes, vítima de complicações do câncer de pulmão. Primeiro mestre esgrimista do Paraná, Schwantes veio do Rio Grande do Sul em meados da década de 70 e estruturou o esporte no estado. Além disso, os três filhos tornaram-se esgrimistas, entre eles Athos Schwantes, primeiro paranaense a disputar a modalidade em uma Olimpíada, em Londres 2012.
"Antes dele, éramos sacos de pancada e agora somos uma equipe respeitada. O Paraná antes não tinha mestre de esgrima. Ele chegou como atleta e depois, como professor, montou a equipe", contou o mestre dearmas do Círculo Militar e presidente da Federação Paranaense de Esgrima Jorge Tuffi.
A carreira de atleta de Ronaldo Schwantes foi brilhante. Ele foi o primeiro brasileiro a ganhar medalha na modalidade em Jogos Pan-Americanos. Foram dois bronzes, o primeiro na Cidade do México, em 1975, e a segunda em Caracas, em 1983. Além disso, foram três títulos sul-americanos, semifinalista do Grand Prix de Berna, na Suíça, em 1974, quatro participações em mundiais e nove títulos sul-americanos de veteranos. A sala de esgrima do Círculo Militar leva o nome dele.
"Devo minha vida e minha profissão a ele e agradeço por todo o trabalho que vem fazendo ao longo de todos esses anos. Meu pai me ensinou a perceber a riqueza deste esporte e a importância de persistir sempre", afirmou Athos Schwantes em seu perfil publicado no site oficial. O filho mais velho, Ivan, foi também campeão brasileiro de esgrima e atualmente treina a seleção paralímpica. A filha, Lorena, obteve também destaque no esporte.
Formado primeiro em Filosofia na PUC-RS, em 1973, Ronaldo Schwantes também se formou em Educação Física na UFPR, em 1978 e se pós-graduou em Educação Física em Educação Especial, em 1982. Por 31 anos trabalhou na rede municipal de ensino de Curitiba, sendo diretor da Escola Especial Helena W. Antipoff de 1997 a 2012. Foi secretário especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência durante o primeiro mês da gestão do prefeito Gustavo Fruet, pedindo afastamento no final de janeiro de 2013 para se dedicar totalmente ao tratamento da doença.
"Ele era um paizão, que queria nos educar de melhor maneira. Tinha momentos de desconcentração e de treino sério. Além disso, como filósofo, foi quem me despertou o interesse pela leitura", lembrou Tuffi.
A prefeitura de Curitiba decretou luto oficial por três dias. O velório de Ronaldo Schwantes será na Capela 2 do Cemitério Vertical do Tarumã, a partir das 18 horas. O corpo será trasladado para a cremação às 22 horas.