O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a atuação do grupo radical Estado Islâmico (EI) é uma preocupação para os Jogos Olímpicos no Rio em agosto, mas que, até agora, não se identificou nenhuma ameaça concreta de terrorismo por parte do grupo. Jungmann participou, na manhã desta quarta-feira (22), da abertura de um seminário em Brasília que discute os últimos ajustes da Defesa na segurança das Olimpíadas.
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“O Estado Islâmico preocupa em qualquer lugar, situação, evento, família, bairro e país do mundo. A gente não pode lidar com o que o EI representa, pois ele evidentemente é uma ameaça à paz em qualquer país ou evento. Temos de estar prontos para atuar e prevenir uma atuação do grupo”, disse o ministro do presidente interino Michel Temer.
Segundo o titular do Ministério da Defesa, nenhum serviço de inteligência – dentro e fora do Brasil – identificou “até agora” uma ameaça concreta por parte do EI. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, Sergio Etchegoyen, também manifestou a mesma posição. O GSI comanda a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Na área de prevenção ao terrorismo, estamos ainda tratando de possibilidades. Ainda aferimos o grau de probabilidade de acontecimento de algum evento. Não há nenhum outro elemento que nos tire de preocupação e passe para o nível de alarme e pânico. O terrorismo é uma possibilidade, como é uma possibilidade o crime comum”, afirmou Etchegoyen.
A Abin já detectou que pessoas ligadas ao EI criaram um grupo para trocar mensagens em português, por meio de um aplicativo de celular. Segundo o órgão, isso poderia levar à “radicalização de cidadãos brasileiros”. O grupo é chamado de Nashir português, mesmo nome do canal criado por extremistas para arregimentar brasileiros à causa jihadista.
Uma das preocupações é a atuação de “lobos solitários”, simpatizantes de movimentos terroristas que agem sozinhos, inspirados pelos ideais dos grupos radicais.
“O “lobo solitário” é também uma possibilidade, como tem sido no mundo. No caso do último episódio de Orlando (um massacre numa boate gay, em que um atirador matou 49 pessoas), ainda se discute se é terrorismo ou uma perturbação mental, uma perversão”, disse o ministro do GSI.
Entre as medidas de combate ao terrorismo nas Olimpíadas mencionadas pelos ministros de Temer estão uma atuação conjunta com agências internacionais de inteligência e um controle integrado nos aeroportos no que diz respeito à entrada dos norte-americanos no país. Representantes de 113 agências internacionais estarão no Rio, cada um com relações de pessoas tidas como suspeitas de práticas terroristas, conforme o titular do GSI.
Já o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que o Brasil fez um acordo com os Estados Unidos para compartilhamento de um software que permita o controle das entradas nos aeroportos. Segundo ele, não haverá qualquer restrição de entrada no país.
“A população pode ficar absolutamente tranquila. Todas as medidas estão sendo tomadas. Analisamos todas as informações de eventuais focos de pessoas que poderiam ser ligadas a terrorismo”, disse Moraes.
O ministro da Defesa informou ainda que Temer já decidiu atender ao pedido do governo do Rio de reforço de pessoal das Forças Armadas durante os jogos. O total do reforço deve ser decidido até amanhã. Estão previstos por enquanto 38 mil integrantes das Forças Armadas, 18 mil para o Rio e o restante para as cidades onde haverá os jogos de futebol. Da Força Nacional de Segurança, serão 6 mil integrantes, segundo o ministro da Justiça.
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