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André Reichmann não tem projeto olímpico: “quero apenas uma carreira sólida” | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
André Reichmann não tem projeto olímpico: “quero apenas uma carreira sólida”| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Quem sonha se tornar um cavaleiro de sucesso não tem escolha no Brasil. Ao optar pela carreira no esporte, precisa carimbar o passaporte à Europa. Foi a opção do curitibano André Reichmann, 17 anos.

Aos 14, ele se mudou para a Bélgica para estagiar em cochias de cavaleiros de renome no Velho Continente. Atualmente, o curitibano tem resultados promissores nas competições de salto e adestramento em busca de seu principal objetivo: estar entre os principais cavaleiros das provas de adestramento do Circuito Europeu.

"Sigo o bom padrão dos atletas que atingiram os melhores resultados. Estou tendo resultado equivalentes aos que eles tinham na minha faixa etária. Não tenho foco em apenas participar de uma Olimpíada, mas em ter uma carreira sólida, figurar entre os melhores cavaleiros do mundo", diz o jovem, enquanto procura as palavras em português, já habituado com o francês.

Em 2012, venceu um Gran­­de Prêmio para menores de 25 anos e no ano passado foi terceiro colocado em um concurso três estrelas (o máximo permitido para competidores menores de 18 anos – os principais são o de cinco estrelas), do qual já concorreu com conjuntos que disputaram Olimpíadas.

Para 2014, conta, a expectativa é começar a competir as provas para maiores de 18 anos. Será o momento decisivo na carreira, pois enfrentará os principais nomes da modalidade.

A Bélgica foi a escolha pela qualidade dos cavaleiros que lá competem e do hipismo local. Tanto que foi no país que o brasileiro Nelson Pessoa construiu seu Centro de Treinamento, onde o campeão olímpico Rodrigo Pessoa treina. André diz ter pouco contato com a família mais tradicional do hipismo nacional, mas, ainda assim, está bem amparado.

O paranaense é treinado pelo belga Gregory Wathelet, que defendeu seu país no Jogos Olímpicos de Londres. "Agora, ele me passou um dos cavalos com o qual ele competia", diz.

Em troca dos treinamentos, André tem a responsabilidade de cuidar dos cavalos do CT do belga. A parceria surgiu de conversas do rapaz com Wathelet durante sua primeira estada na Bélgica, em 2010.

A vontade de seguir aprendendo em solo europeu e a autodisciplina foram fatores essenciais para seguir estagiando longe dos pais, que, apesar de nunca terem tido ligação com o hipismo, apoiaram o interesse do filho na modalidade, que veio ainda na infância. "Com quatro anos, ele me pediu um pônei", conta o pai, o paisagista Felipe Reichmann.

André é quem negocia a compra e venda dos animais que serão treinados para competições. Uma das primeiras aquisições foi a égua Elle de Laubry, com a qual conquistou seus primeiros resultados expressivos. "Agora estou montando o Chips", conta, sobre o cavalo que pertenceu ao atual campeão olímpico, o suíço Steve Guerdat.

A principal dificuldade que o jovem encontra é manter a rotina de treinos e estudos. Ele segue com o modelo escolar brasileiro, fazendo provas a distância. Estuda em casa, sozinho. "É mais fácil pensar em todas as decisões sobre a minha carreira do que estudar, mas [não abandonar os estudos] foi uma condição que meus pais impuseram para que eu saísse do Brasil", diz André, que mora com a mãe.

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