Quinze ex-atletas da seleção espanhola de nado sincronizado publicaram nesta terça-feira, nos principais jornais do país, um carta conjunta em que fazem uma série de denúncias contra a ex-técnica delas, Anna Tarrés. O texto vem a público exatamente no mesmo dia em que a confederação apresentaria a nova treinadora da equipe.
Tarrés ficou à frente da seleção espanhola por 15 anos, fazendo da Espanha uma potência no nado sincronizado. Foram 55 pódios em competições importantes neste período, além de medalhas em quatro olimpíadas. Ela demitida em 6 de setembro pelo presidente da Real Federação Espanhola de Natação, Fernando Carpena, por "razões técnicas e políticas desportivas". A treinadora não gostou, reclamou publicamente, e as atletas se sentiram na obrigação de responder.
De acordo com elas, Tarrés era "implacável" e sempre visava o poder. "Ou estávamos com ela, ou contra ela. E estar contra ela era colocar o fim na carreira esportiva", diz o texto. As nadadoras também reclamam que Anna usava manipulação e desgaste psicológico como ferramentas de trabalho. Dizem que sofriam com humilhações e insultos.
Entre os relatos da nadadoras, situações absurdas, como quando a treinadora tirou a medalha de uma atleta logo após o pódio do Pré-Olímpico para dar para a sua filha. "Você não fez nada para merecer essa medalha. Minha filha vai ficar muito feliz com ela" teria dito.
Outra atleta foi proibida de receber uma homenagem da realeza espanhola depois da medalha nos Jogos de Pequim porque era "inferior às demais". Tarrés também é acusada no texto, de pedir que uma atleta engolisse o vômito depois de 5 horas direto treinando na água porque elas precisariam ficar mais uma hora e meia dentro da piscina.
O tema repercutiu muito na Espanha nesta terça. O presidente da federação, Fernando Carpena, ao apresentar a nova técnica, Gemma Mengual, afirmou que não vale tudo na busca pelo ouro. Já Laura Lopez, uma das signatárias da carta, disse que nem tudo foi revelado para preservar a intimidade de cada atleta.
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