Renato e Rosane Cavichjolo, irmãos que atendem na Lanchonete Autódromo| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O famoso sanduíche de chester da Lanchonete Autódromo está com os dias contatos.

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Junto com o fechamento do Autódromo Internacional de Curitiba (AIC), a partir de julho, a família Cavichiolo fechará as portas do estabelecimento que funciona desde 1989 no local. O lanche preferido entre pilotos, jornalistas e até o governador Beto Richa (PSDB), fã de automobilismo, vai com eles.

Sanduíche de chester, principal opção da lanchonete do autódromo. 
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“É nosso carro-chefe desde sempre. O pessoal vem aqui e brinca ‘o que vai ser do chester depois do fechamento?’”, conta Renato Cavichiolo, 55 anos, que trabalha com o irmão gêmeo Roberto e com a irmã Rosane, 57, na administração da lanchonete e também do restaurante do AIC. “O Christian Fittipaldi já disse que é o melhor do mundo”, orgulha-se Rosane.

O sanduíche que leva queijo, alface, tomate e maionese em um pão francês torrado, claro, é só um pretexto. Os frequentadores da lanchonete, assim como Renato, ainda não conseguem digerir o fim anunciado do circuito, que será transformado em um complexo residencial e imobiliário.

Em breve, muitas das relações criadas em quase três décadas vão terminar bruscamente. “O pessoal vai dispersar, cada um vai procurar seu lado, no caso dos funcionários do autódromo. Você não vai mais ver essas pessoas. Também vamos perder contato com aqueles que vemos duas ou três vezes por ano, mas isso há 25 anos. Não são só as corridas, mas rever os amigos, contar histórias, matar as saudades. Essa é a maior perda”, lamenta Renato, que exibe com orgulho seus álbuns fotos dos ‘velhos tempos’ do AIC.

Antes de atender na lanchonete, contudo, ele trabalhou dez anos como chefe de pista do circuito. Entre 1996 e 2006, foi o responsável por dar o suporte para a realização de campeonatos como o WTCC, BPR, e o arrancadão Brasil x EUA.

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Lanchonete Autódromo está aberta desde 1989 

Nesse período, pôde conviver com personalidade como Nelson Piquet, Ingo Hoffmann, e o italiano Alessandro Zanardi. Também já serviu muitas vezes o narrador Galvão Bueno e o comentarista Reginaldo Leme. O último, um consumidor voraz do sanduíche preparado com fatias de chester.

“Ao longo desses anos foram corridas fantásticas. O AIC sempre foi muito elogiado, homologado pela FIA. Então tinha toda a estrutura e não deixava a desejar para nenhum autódromo de médio porte na Europa. Entendo o lado do Peteco [proprietário do AIC], mas vai ficar um buraco, muita saudade”, fecha.