Principal categoria de turismo do Brasil, a Stock Car nunca teve um campeão tão jovem. Aos 21 anos, Felipe Fraga superou a experiência de Rubens Barrichello para faturar o título neste domingo, em Interlagos, completando a corrida decisiva no décimo lugar. Rubinho chegou em segundo, logo atrás de Daniel Serra.
Nascido em Jacundá, no Pará, mas residente em Palmas, no Tocantins, desde os três anos de idade, Felipe Fraga começou no kart de Brasília, chegando às categorias de turismo quando completou 18 anos.
Logo na estreia na Stock Car, em 2014, em Interlagos, venceu, tornando-se, naquele dia, o mais jovem vencedor de uma prova. Depois, se tornaria também o mais jovem pole position, ainda quando tinha 18 anos.
O título veio em sua terceira temporada na Stock e de forma incontestável. Pela equipe da Cimed e com o carro 88, o piloto ganhou cinco corridas, fez três pole positions e chegou 11 vezes entre os 10 primeiros. “Foi uma temporada perfeita. A gente caprichou do começo ao fim”, comemorou o campeão, em entrevista para a Rede Globo.
“Ele chegou na Stock Car ganhando, então é justo que ele ganhe esse campeonato.A g ente brigou até o último momento e isso fez com que esse campeonato fosse mais bonito e mais gostoso”, comentou Rubinho, que parecia muito feliz com a campanha na temporada.
Fã confesso de Rubens Barrichello, Fraga fez disputa parelha ao longo de toda a temporada com o veterano de 44 anos, campeão da Stock em 2014. Rubinho, porém, acabou se afastando da disputa pelo título depois de ficar sem gasolina na reta final da etapa mineira da Stock, há três semanas.
Eles chegaram à última prova separados por 36 pontos. Rubinho precisava ganhar e ver Felipe ficar do 13.º lugar para baixo. Um cenário que parecia improvável com Felipe largando em primeiro e Rubinho em segundo. E que se tornou ainda mais difícil depois que o jovem manteve a ponta e o piloto mais experiente caiu para quinto.
Quando Barrichello tocou na traseira de Daniel Serra, rodou e caiu para 18.º, a fatura parecia mais que liquidada. Mas, faltando 10 voltas para o fim, a chuva resolveu aparecer para abrir o campeonato.
Foram minutos eletrizantes. Felipe foi para o boxe, trocou o pneu apostando que a chuva ficaria mais forte, e voltou em 10.º. Rubinho, em sexto, resolveu apostar e se deu bem. Mais rápido na pista, chegou ao segundo lugar, enquanto o rival se esforçava para não perder duas posições e o título.
Nas duas últimas voltas, Rubinho encostou bastante na Red Bull de Daniel Serra, torcendo para que Felipe, com pneus de chuva numa pista já quase seca, perdesse rendimento. Serra, entretanto, segurou o primeiro lugar, com Felipe ganhando uma posição quando Allan Khodair ficou sem pneu e depois perdendo uma para Valdeno Brito, que terminou o campeonato em terceiro. O décimo lugar foi mais do que suficiente.