Usain Bolt disputa hoje a final dos 100 metros: velocista não teme cair no doping, rotina entre recordistas na prova| Foto: Sergei Ilnitsky/ EFE

Russos fazem despedida para mito Isinbayeva

Uma das provas mais esperadas no Mundial de Moscou começa a ser disputada hoje, a partir de 12h10 (de Brasília): as eliminatórias do salto com vara feminino. Para os donos da casa, a atração é a russa Yelena Isinbayeva; para os brasileiros, Fabiana Murer.

A primeira despede-se das competições diante de seus compatriotas e a outra defende o título conquistado no último Mundial, em 2011, em Daegu. Neste ano, Fabiana teve uma lesão no tendão de Aquiles e sua melhor marca foi 4,73 m. Nenhuma das duas está em sua melhor forma (Yelena saltou 4,78 m, longe de seu recorde mundial, 5,06 m) e terão concorrentes em ascendência.

A norte-americana Jen­­nifer Suhr é a atual campeã olímpica e este ano se tornou a segunda mulher a saltar acima dos 5 metros, com os 5,02 m no Mundial indoor. A céu aberto, seu melhor salto foi de 4,80 m. A favorita é a cubana Yarisley Silva, com a marca de 4,90 m. Em 2011, quando Fabiana venceu o Mundial com o salto de 4,85 m, Yarisley terminou em quinto lugar, com 4,70 m.

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Menos de dez segundos serão necessários para se descobrir quem será o campeão dos 100 m do Mundial de Atletismo, em Moscou, às 14h50 (de Brasília). Alguns dias, meses ou anos serão necessários para ter certeza de que a prova foi limpa.

Veja a lista dos recordistas que tiveram problemas com doping

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A prova que desafia os homens mais rápidos do mundo está com a credibilidade manchada por recentes casos de doping nas pistas.

Assim, mesmo que não esteja em sua melhor performance, caberá ao jamaicano Usain Bolt fazer o espetáculo continuar. Vencendo, perdendo, batendo recorde ou queimando a largada, Bolt será o centro das atenções.

Ele tem a segunda melhor marca da temporada (9s85) e chega ao Mundial tendo de responder tanto se será capaz de garantir o show (já declarou que quer correr os 100 m na casa dos 9s40) e se seus resultados não foram conquistados burlando as regras.

Bolt garante que sempre correu limpo. Questionado se seu sangue poderia ser retirado hoje e armazenado para ser testado daqui a 50 anos com novas tecnologias, respondeu: "Por 50 anos? Sim. Eu passo por muitos controles de sangue durante a temporada e por mim não haveria nenhum problema".

Três de seus principais concorrentes não competem na Rússia por terem caído no exame antidoping em 2013. Tyson Gay tinha a melhor marca da temporada (9s75), mas foi flagrado em um exame surpresa (feito fora das competições). O jamaicano Asafa Powell (9s88) teve positivo para a substância oxilofrina, um estimulante, nos testes feitos nas seletivas nacionais para o Mundial.

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O nome de Nesta Carter (9s87) foi especulado como outro atleta flagrado nas seletivas jamaicanas, mas ele foi confirmado como substituto de outra baixa em Moscou: Yohan Blake (prata nos Jogos de Londres) abriu mão do Mundial alegando lesão na coxa.

"Todos esses caras fazem falta, então eu tenho de correr realmente rápido para eliminar qualquer dúvida. Quero mostrar ao mundo mais uma vez o que posso fazer", afirmou Bolt.

Entre os que devem desafiá-lo hoje estão os norte-americanos Justin Gatlin (9s89 em 2013, bronze em Londres e condenado por doping em 2004), que venceu Bolt em junho, e Mike Rodgers (9s96); além do britânico James Dasaolu (9s91) e o francês Jimmy Vicaut (9s95).

Apesar dos desfalques, há quem defenda o glamour da prova independentemente da situação, como o canadense Donovan Bailey, recordista e campeão olímpico em 1996, com o tempo de 9s84.

"Os 100 m sempre serão o carro-chefe do atletismo, não importa como. É o único evento na Olimpíada que para o mundo. Nosso esporte sofreu uma pequena pancada, mas em Moscou todos estarão acompanhando a prova para ver o que Usain pode fazer", afirma o ex-velocista, um dos três entre os últimos dez recordistas que não teve seu nome envolvido com o doping.

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Recordista mundial (9s58), Bolt é o dono de seis ouros olímpicos (nos 100 m, 200 m e revezamento 4x100 m em Pequim-2008 e Londres-2012) e cinco ouros em Mundiais (nas mesmas três provas em Berlim-2009; e nos 200 m e no 4x100 m em Daegu-2011). O escorregão do astro foi nos 100 m no evento sul-coreano, ao queimar na largada.