O futebol americano está entre os esportes que mais crescem no Brasil, mas há um preço alto pago pelos praticantes da modalidade. Literalmente. É a ‘bolsa atleta’ às avessas.
Quem joga o esporte precisa sacrificar seu tempo livre e tirar dinheiro do bolso, além de enfrentar inúmeras outras dificuldades, para entrar em campo. Tudo para manter a atividade em pé em solo nacional.
A disciplina esportiva ‘gringa’, que começou a ser praticada com equipamentos completos apenas em 2008 no país, experimenta um salto de popularidade, com o interesse de quase 20 milhões de brasileiros – número calculado pela empresa inglesa Global Web Index.
Para segurar essa demanda, segundo dados da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), há sete mil atletas no país que praticam e competem regularmente no esporte. Na grande maioria, abnegados, financiadores da atividade .
Exemplo próximo dessa batalha é o time Curitiba Lions, que estreia em competições oficiais na Liga Nacional 2016, segunda divisão do Brasileirão. A agremiação conta com pouca estrutura e recursos limitados para a competição. Mas vai em frente.
Segundo o presidente dos Leões, Augusto Velloso, a equipe vem se estruturando e planejando sua participação desde 2015. A tentativa é agregar trunfos da própria formação acadêmica do time.
“Alguns dos nossos integrantes são formados em administração, logística, marketing, e eles ajudam com a parte administrativa. Outros em educação física, e colaboram em sua área também. Enfim, as pessoas que fazem parte dão tudo de si, dão tudo o que tem em prol do esporte”, contou.
Porém, um dos principais componentes para a estrutura funcionar é miúdo: o dinheiro.
Sem apoio e com pouca verba de patrocínio, é comum o atleta pagar para jogar. De acordo com Velloso, alguns acordos pontuais ajudam sua equipe, mas a maior renda dos Lions vem das mensalidades dos jogadores, que desembolsam uma quantia mensal de R$ 40 para integrar a equipe.
“Hoje, não tem ninguém que apoie financeiramente o esporte. Não temos ajuda nenhuma do governo e todo o dinheiro que entra é dos patrocínios e, principalmente, da equipe”, revelou.
Guto Sousa, presidente da CBFA, reitera que espera muitas equipes com dificuldades financeiras nesta edição do Brasileiro, e reconhece que os praticantes garantem a sobrevivência do futebol americano no Brasil. “Equipes e atletas hoje são responsáveis por quase a totalidade dos custos da competição”.
O dirigente tem perspectivas melhores para o futuro, principalmente na parte de desenvolvimento do esporte.
“Existe um compromisso do ministério do esporte em nos ajudar em três projetos: um de utilização de equipamentos do legado olímpico, que passariam a ser administrados pela CBFA, outro de auxílio às seleções brasileiras, e uma terceira linha de desenvolvimento do esporte, categorias de base”, reafirmou.
“Na visão da CBFA, recursos públicos não devem ser utilizados no principal campeonato, o que seria o alto rendimento, e sim no desenvolvimento do esporte, ou seja, na formação de atletas e também de cidadãos”, concluiu.
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