
Chinelo
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse ontem que os Jogos de 2016 vão deixar Barcelona-1992 "no chinelo". O discurso foi feito no final da visita de políticos ao futuro Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Hoje, o Rio entra na contagem regressiva de mil dias para a Olimpíada de 2016. O prefeito também censurou os críticos em relação à organização das obras envolvendo o evento. "Mais uma vez os urubus vão se frustrar com o sucesso. A imprensa tem de cobrar e fiscalizar, como está fazendo, mas os que torcem contra vão dar com a cara na porta, vão se ferrar. Barcelona vai ficar no chinelo", afirmou.
Faltam mil dias para os Jogos do Rio 2016. Pode parecer muito tempo para quem deseja acompanhar a primeira Olimpíada na América do Sul. Mas é pouquíssimo tempo para todo o trabalho que o Rio precisa realizar até a cerimônia de abertura, tanto na infraestrutura urbana quanto na esportiva. Os responsáveis por executar e gerenciar a operação mantêm o discurso de confiança de que a cidade está no rumo certo, dentro do cronograma e que o Rio entregará uma das mais bem-sucedidas edições dos Jogos Olímpicos.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) tem outra visão. Segundo um relatório da entidade, divulgado há cerca de dois meses, várias áreas da preparação carioca estão em atraso. Mil dias é um prazo apertado para que tudo seja finalizado com tempo hábil para que os ajustes e testes de última hora sejam feitos.
"Estamos a mil dias dos Jogos, mas nossos prazos são mais curtos do que isso. Temos de entregar nossas obras antes, para os eventos-teste. Há um cronograma, uma sucessão de entregas", diz Maria Silvia Bastos, presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), responsável por coordenar todo o trabalho de preparação da cidade.
Apesar de reconhecer que é preciso agilidade, Maria Silvia garante que não há motivo para preocupação exagerada. "Tudo preocupa. Mas tudo vai ser entregue", afirma.
O COI já não tem tanta tranquilidade. No seu último relatório de acompanhamento das obras, a entidade destacou em vermelho (alvo de alta preocupação) o andamento da infraestrutura urbana, a falta de definição de uma Matriz de Responsabilidades dos Jogos, o atraso na definição de vários locais de competição e o déficit de quartos são necessárias 45 mil unidades, mas a cidade atualmente conta com cerca de 20 mil.
"Teremos os 45 mil quartos em 2016", garante Leonardo Gryner, diretor-geral de operações do Comitê Organizador dos Jogos do Rio. "Já temos os contratos para construção dos hotéis necessários. O que nos permitiu até diminuir o número de navios que precisaremos contratar como opção de hospedagem."
Da infraestrutura esportiva, o Parque de Deodoro apenas na semana passada teve seu projeto conceitual (um esboço das instalações) fechado. Ainda faltam os projetos básico e executivo para que as obras comecem efetivamente. A situação é crítica no local, que abrigará competições de basquete, canoagem slalom, tiro esportivo, entre outros. Já no Parque Olímpico é preciso acelerar o ritmo. As obras do centro de tênis começaram na semana passada. O novo velódromo ainda está na fase de licitação. O edital da licitação do estádio de handebol vai ser lançado neste mês e o do novo parque aquático no mês que vem.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Deixe sua opinião