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O Estádio Mangueirão, em Belém, faz homenagem aos mil dias que faltam para a Olimpíada carioca | Alex Ferr/ Reuters
O Estádio Mangueirão, em Belém, faz homenagem aos mil dias que faltam para a Olimpíada carioca| Foto: Alex Ferr/ Reuters

Chinelo

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse ontem que os Jogos de 2016 vão deixar Barcelona-1992 "no chinelo". O discurso foi feito no final da visita de políticos ao futuro Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Hoje, o Rio entra na contagem regressiva de mil dias para a Olimpíada de 2016. O prefeito também censurou os críticos em relação à organização das obras envolvendo o evento. "Mais uma vez os urubus vão se frustrar com o sucesso. A imprensa tem de cobrar e fiscalizar, como está fazendo, mas os que torcem contra vão dar com a cara na porta, vão se ferrar. Barcelona vai ficar no chinelo", afirmou.

Faltam mil dias para os Jogos do Rio 2016. Pode parecer muito tempo para quem deseja acompanhar a primeira Olimpíada na América do Sul. Mas é pouquíssimo tempo para todo o trabalho que o Rio precisa realizar até a cerimônia de abertura, tanto na infraestrutura urbana quanto na esportiva. Os responsáveis por executar e gerenciar a operação mantêm o discurso de confiança de que a cidade está no rumo certo, dentro do cronograma e que o Rio entregará uma das mais bem-sucedidas edições dos Jogos Olímpicos.

O Comitê Olímpico Inter­­nacional (COI) tem outra visão. Segundo um relatório da entidade, divulgado há cerca de dois meses, várias áreas da preparação carioca estão em atraso. Mil dias é um prazo apertado para que tudo seja finalizado com tempo hábil para que os ajustes e testes de última hora sejam feitos.

"Estamos a mil dias dos Jogos, mas nossos prazos são mais curtos do que isso. Temos de entregar nossas obras antes, para os eventos-teste. Há um cronograma, uma sucessão de entregas", diz Maria Silvia Bastos, presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), responsável por coordenar todo o trabalho de preparação da cidade.

Apesar de reconhecer que é preciso agilidade, Maria Silvia garante que não há motivo para preocupação exagerada. "Tudo preocupa. Mas tudo vai ser entregue", afirma.

O COI já não tem tanta tranquilidade. No seu último relatório de acompanhamento das obras, a entidade destacou em vermelho (alvo de alta preocupação) o andamento da infraestrutura urbana, a falta de definição de uma Matriz de Responsabilidades dos Jogos, o atraso na definição de vários locais de competição e o déficit de quartos – são necessárias 45 mil unidades, mas a cidade atualmente conta com cerca de 20 mil.

"Teremos os 45 mil quartos em 2016", garante Leonardo Gryner, diretor-geral de operações do Comitê Organizador dos Jogos do Rio. "Já temos os contratos para construção dos hotéis necessários. O que nos permitiu até diminuir o número de navios que precisaremos contratar como opção de hospedagem."

Da infraestrutura esportiva, o Parque de Deodoro apenas na semana passada teve seu projeto conceitual (um esboço das instalações) fechado. Ainda faltam os projetos básico e executivo para que as obras comecem efetivamente. A situação é crítica no local, que abrigará competições de basquete, canoagem slalom, tiro esportivo, entre outros. Já no Parque Olímpico é preciso acelerar o ritmo. As obras do centro de tênis começaram na semana passada. O novo velódromo ainda está na fase de licitação. O edital da licitação do estádio de handebol vai ser lançado neste mês e o do novo parque aquático no mês que vem.

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