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Yelena Isinbayeva recebeu nesta quinta-feira a medalha de ouro pela vitória na prova do salto com vara do Mundial de Moscou há dois dias | Grigory Dukor / Reuters
Yelena Isinbayeva recebeu nesta quinta-feira a medalha de ouro pela vitória na prova do salto com vara do Mundial de Moscou há dois dias| Foto: Grigory Dukor / Reuters

Maior nome do salto com vara na atualidade e estrela do esporte na Rússia, Yelena Isinbayeva, que conquistou na terça-feira (13) o tricampeonato mundial da prova em Moscou, defendeu a lei antigay em seu país, que vem causando polêmica no mundo inteiro. Ela também criticou as atletas suecas que competiram no seu país com as unhas pintadas com um arco-íris, símbolo do movimento gay.

Aprovada pelo presidente russo Vladimir Putin em junho, a lei proíbe a apologia a manifestações homossexuais e fez com que vários países cogitassem boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, no ano que vem.

"Se deixarmos que essas coisas sejam promovidas nas ruas, tememos por nosso país porque nos consideramos normais, pessoas comuns", afirmou a bicampeã olímpica. "Nós só vivemos com homens e mulheres, mulheres e homens. Nunca tivemos problemas na Rússia e não queremos ter no futuro", completou a saltadora, que recebeu sua terceira medalha de ouro em Mundiais nesta quinta-feira (15), dois dias após a conquista. Durante o Mundial de Moscou, duas atletas da Suécia competiram com as unhas pintadas com arco-íris no Luzhniki Stadium.

Emma Green Tregaro, medalha de bronze no salto em altura no Mundial de 2005, postou uma foto de suas unhas no Instagram e incluiu as hashtags "orgulho" e "Moscou-13".

"A primeira coisa que me aconteceu quando cheguei a Moscou foi abrir as cortinas do meu quarto e vi um arco-íris, o que foi um pouco irônico", afirmou Emma em um vídeo colocado no site do jornal sueco "Expressen". "Aí recebi a sugestão de uma amiga no Instagram de que eu deveria pintar minhas unhas com as cores do arco-íris e me pareceu uma coisa simples, que podia desencadear algumas reflexões."

A outra atleta a pintar as unhas foi a velocista sueca Moa Hjelmer, que disputou as baterias dos 200 m.

Segundo a Iaaf, a Federação Internacional de Atletismo, as duas opiniões devem ser respeitadas. Em seu regulamento, a entidade defende que não deve haver nenhum tipo de discriminação religiosa, política ou de orientação sexual entre os atletas.

"O que elas fizeram é desrespeitoso com nosso país. É desrespeitoso com nossos cidadãos porque somos russos. Talvez a gente seja diferente dos europeus e de outras nacionalidades", disse Isinbayeva. "Temos nossa casa e todos devem respeitá-la. Quando vamos a outros países, tentamos seguir suas regras", completou a saltadora.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Fifa já pediram que o governo russo dê mais detalhes sobre a lei, pois, além dos Jogos de Inverno de 2014, o país também receberá a Copa do Mundo em 2018.

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