Teliana Pereira se apega aos fatos quando diz que nunca viajou tão confiante para um US Open – o último Grand Slam da temporada, disputado em quadra dura, começa nesta segunda-feira (31), em Nova York (EUA).
Em 2015, a pernambucana venceu pela primeira vez na carreira um torneio da WTA (Associação das Tenistas Profissionais) ao conquistar o título em Bogotá, na Colômbia.
GRÁFICO: a temporada perfeita de Teliana
Em Roland Garros, principal campeonato de quadra de saibro do mundo, ela repetiu a campanha do ano passado. Ganhou uma partida e chegou novamente à segunda fase em Paris. Mas a autoconfiança da tenista deu um salto ainda maior no início de agosto. Precisamente de 30 posições.
GALERIA: a trajetória da tenista número 1 do país
Mesmo machucada, Teliana triunfou no WTA de Florianópolis, acumulou 280 pontos no ranking e se tornou a segunda brasileira a furar o top 50 desde a gaúcha Niege Dias, em 1988.
“Vou chegar lá [US Open] com outras perspectivas”, admite Teliana, principalmente por finalmente estar livre de dor no joelho direito, operado duas vezes [menisco e cartilagem].
“Venho de uma boa sequência de jogos, pela primeira vez treinei por duas semanas na quadra rápida, fiz uma boa preparação física e meu joelho está super bom. Chego muito bem preparada. Espero me sentir confortável na quadra”, diz.
Criada no saibro, a número 1 do Brasil não esconde a dificuldade para atuar em quadras duras como as do Aberto dos Estados Unidos. O piso de concreto com finas camadas de borracha e pintura acrílica muda completamente a dinâmica do esporte em comparação à terra batida, onde o jogo é mais lento e com trocas de bola mais frequentes. Situação agravada pela escassez de locais adequados para treino em Curitiba, onde vive e treina.
Neste ano, foram apenas quatro partidas fora do habitat natural, todas na Austrália, com apenas uma vitória. “Na quadra rápida você precisa ser mais agressivo, o jogo fica mais reto. Eu prefiro rebater bolas mais altas, desenvolver mais”, explica.
“Dessa vez conseguimos uma quadra no condomínio de um amigo do Alexandre [Zornig, namorado e gestor da carreira]. Ela é bem parecida com a do US Open”, comemora a atleta.
Desde que venceu em Florianópolis, Teliana optou por esvaziar seu calendário e focar na recuperação física até o Grand Slam americano, com treinos diários sob o comando dos técnicos Renato Pereira, seu irmão, e Caio Britto. Por isso, acabou caindo cinco posições no ranking e hoje, aos 27 anos, é a 53.ª do mundo.
Bem acima da expectativa que ela própria havia imaginado para o ano – o objetivo era ser top 70 –, mas ainda distante de completar seu potencial, mesmo não sendo mais nenhuma garotinha.
“Perdi dois anos de tênis com lesões]. Então digo que tenho 25, olha que beleza”, brinca a pernambucana de sotaque paranaense, que passou por uma severa reeducação alimentar antes de decolar na temporada. “Na minha carreira, tive de correr muito atrás das coisas, deixei de jogar torneios porque não tinha condição de viajar. Isso interfere um pouco [no fato de obter resultados já mais velha]... Sempre coloco os objetivos aos poucos, mas no fundo, no fundo, os sonhos são muito mais altos”.
Na largada, Teliana enfrentará a cabeça de chave 13 do torneio, a russa Ekaterina Makarova, semifinalista do Grand Slam americano no ano passado.
Nesta temporada, ela já encarou essa adversária, durante a segunda rodada de Roland Garros, perdendo por 6/2 5/7 6/3. A partida não tinha ainda horário e data confirmada pela organização do evento.
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