As arquibancadas e a pista vazias do Jockey Club do Paraná evidenciam o principal entrave da instituição, que tem eleições neste sábado (14). Há oito meses, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento suspendeu a carta patente do local, proibindo que fossem disputadas as provas de corrida, algo inédito em 141 anos de história .
Com o objetivo primordial de resolver o imbróglio, duas chapas se candidataram para o mandato de três anos: a Turfe Grande, presidida por Roberto Hasemann, e a Reconstruir, comandada por Paulo Pelanda. Ambas garantem que resolverão o problema em pouquíssimo tempo, mas divergem sobre o motivo que levou à proibição.
“Isso é resultado da negligência da atual presidência do clube. O Ministério pediu os documentos necessários e eles levaram com a barriga”, argumenta Pelanda. “Em dois meses eu garanto que teremos corrida novamente”, promete o candidato, que durante dez anos foi presidente do Jockey Club de Fazenda Rio Grande.
Já Hasemann, que não considera a sua chapa como de situação por não ter participado da atual diretoria, apesar de ter alguns diretores atuais ao seu lado, acredita que alguns pedidos para renovar a carta patente eram impossíveis de serem respondidos.
“Eles queriam a instauração da pedra única, onde a mesma aposta em um cavalo rende o mesmo valor se ele for o vencedor, independentemente de onde é a corrida. Se São Paulo e Rio de Janeiro não respeitam isso, como o Paraná faria sozinho?”, indaga o candidato, que já foi presidente entre 2006 e 2011.
“A princípio a suspensão vale até 4 de julho. Mas não vejo dificuldades em ir até o Ministério e revogar antes disso”, garante. “Se não fosse pelo nosso trabalho, que conseguimos dinheiro com a venda do espaço para o shopping [que deve ser inaugurado em 2017], o Jockey não estaria aberto hoje”, defende.
A própria legalidade da eleição está sendo questionada na Justiça e pode render capítulos depois do pleito de sábado. A chapa de Pelanda garante ter declarações registradas em cartório de sócios que entraram nesse ano e que estão aptos a votar, apesar de não terem um ano de associação necessária. Sem acesso aos telefones e data de admissão dos cerca de 4 mil sócios, a Reconstruir já entrou com uma ação para ter as mesmas informações da outra chapa.
“Eu garanto que nós temos o apoio de 99% dos turfistas. O problema são os votos que eles distribuíram no mercado”, critica Pelanda.
Hasemann não acredita em irregularidade. “Isso é histórico no clube desde 2011. Sempre aparece algo desse tipo, é uma coisa eleitoreira”, defende o presidente da Turfe Grande, não acreditando que terá motivos para entrar na justiça caso seja derrotado nesse sábado.
A reportagem tentou contato com o atual presidente, Cresus Aurélio Camargo, para comentar a situação do Jockey e a eleição, mas ele não foi encontrado.
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