A canoagem velocidade é uma modalidade que tradicionalmente rende medalhas ao Brasil nos Jogos Pan-Americanos. Foram quatro em 2011 e seis em 2007. Mas, em Toronto, a modalidade se mostrou um dos carros-chefes do país no Pan. Liderada pelo campeão mundial Isaquias Queiroz, a delegação ganhou nove medalhas, sendo quatro apenas nesta terça-feira.
Assim, o Brasil fechou a canoagem velocidade como país que mais ganhou medalhas, empatado com Cuba e à frente do Canadá (oito). Ficou atrás no quadro porque os rivais tiveram mais ouros: cinco para Cuba, quatro para o Canadá, duas para o Brasil.
As duas de ouro têm o mesmo dono: Isaquias Queiroz. Bronze no Mundial do ano passado, Isaquias venceu o C1 200 m, nesta terça-feira, com o tempo de 39s991. Deixou para trás, com a prata, o canadense Jason McCoombs, campeão mundial júnior de 2010 – o baiano ganhou a edição seguinte.
Foi graças especialmente a este título de Isaquias, aliás, que a canoagem velocidade do Brasil teve um salto de qualidade. Afinal, o COB resolveu apostar no garoto e contratar o técnico espanhol Jesus Morlán, um dos melhores do mundo na canoa. O treinador montou uma seleção permanente, que treina junto em um CT bem estruturado, e agora os resultados apareceram.
Sempre com Isaquias, o Brasil também ganhou o ouro no C1 e a prata no C2 nas provas de 1.000 metros, segunda-feira. Na competição em duplas, o baiano foi acompanhado de Erlon Silva. Aproveitamento de 100% na disciplina.
Mas não foi só na canoa (nas qual os atletas competem com um joelho e um pé apoiados na canoa) que o Brasil obteve bons resultados. No caiaque (eles competem sentados), o país também brilhou.
Nesta terça-feira, quando foram disputadas as provas de 200 m, Edson Isaias faturou a prata no K1, ficando entre Canadá e Equador. Depois, no K2, ao lado de Hans Heinrich Mallmann, ganhou o bronze, desta vez superado por Argentina e Cuba.
Nas provas de 1.000 m, na segunda, o Brasil havia faturado um bronze no K2 (com Celso Dias e Vagner Souta) e um quinto lugar no K1 (com Celso). O K4 1.000 m, que também teve Roberto Maehler e Gilvan Bitencourt, ficou com a prata no domingo. Foram quatro medalhas em cinco possíveis.
No feminino, o programa olímpico tem quatro provas, mas no Pan foram disputadas cinco, porque é incluída uma competição de canoa, o C1 200 m. Bom para o Brasil, que tem Valdenice Conceição. Ela, que foi bronze no Mundial do ano passado, repetiu a medalha no Pan, atrás de Canadá (ouro) e Equador (prata).
Já o caiaque feminino, esse sim olímpico, o Brasil ganhou apenas uma medalha, de bronze, com Ana Paula Vergutz, no K1 500 m, na segunda-feira. Nesta terça, Ana Paula, com a irmã Beatriz, ficou em sexto no K2 200 m. Edileia dos Reis terminou em quinto no K1 200 m. Cuba, de Yusmari Mengana, ganhou o ouro nas três provas. Só nessa disciplina o aproveitamento do Brasil foi baixo: uma medalha em quatro possíveis.
O Pan, entretanto, é só um estágio de preparação para o Campeonato Mundial, onde o Brasil vai disputar algumas das 90 vagas olímpicas que estarão em jogo. O país tem convite para o K1 1.000 m masculino (foi quinto lugar em Toronto), C1 1.000 m masculino (ouro) e no K1 500 m (bronze). O Mundial será em agosto, em Milão (Itália).
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