O Torneio Touchdown, uma das duas ligas nacionais de futebol americano, anunciou nesta quarta-feira (16) que a temporada 2016 foi cancelada.
O campeonato comandado por Luis Claudio da Silva, filho mais novo do ex-presidente Lula, limitou-se a explicar, em comunicado de cinco linhas no Facebook, que não houve consenso entre a organização e os times sobre o funcionamento da disputa. Nos bastidores, porém, comenta-se que a decisão é totalmente relacionada à crise política acentuada pela condução coercitiva de Lula, na semana passada, e com os protestos do último domingo (13) contra a presidente Dilma Rousseff, Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT).
No fim do ano passado, o próprio Luis Claudio prestou depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, para tentar explicar os R$ 2,4 milhões recebidos do escritório Marcondes e Mautoni por um trabalho de consultoria. Segundo a PF, o trabalho consistia de reproduções de internet, especialmente do Wikipedia.
“Ele tem preocupações maiores no momento. Futebol americano é o de menos”, opina o empresário Clayton Martins Jr., 38 anos, presidente do Paraná HP, um dos 16 times participantes do Torneio Touchdown.
“Não tem outra explicação [fora a crise política que envolve Lula]. É uma situação muito grave e que acaba respingando no campeonato”, comenta o presidente do Curitiba Brown Spiders, o empresário Leandro Morozowski, 40.
De acordo com Martins, todas as equipes foram pegas de surpresa com a decisão do caçula de Lula. No início do ano, os times haviam sido informados que a habitual ajuda de custo (R$ 20 mil para cada) não seria mais dada. O pagamento de despesas como pintura do campo, ambulância e taxas de arbitragem também seria suspenso. Em 2015, a cerveja Budweiser e o energético TNT patrocinaram a liga.
Mesmo assim, ainda havia a possibilidade de o torneio funcionar com os próprios clubes bancando os custos, como acontece nos estaduais e na Superliga – o campeonato nacional organizado pela CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano), que já vinha analisando pedidos para ‘abraçar’ alguns dos times do Touchdown.
“As equipes poderiam custear e jogar. E hoje [quarta] apareceu essa bomba [o cancelamento do evento] que pegou todos desprevenidos”, diz o presidente do HP, que diz acreditar que os times têm medo de ficarem ligados, mesmo que indiretamente, a ilegalidades.
“Alguns diretores ficaram preocupados que isso pode sujar o nome de uma equipe, por exemplo. O esporte está crescendo e precisa de credibilidade”, completa o dirigente.
Os dois representantes paranaenses no Torneio Touchdown ainda não sabem como ficarão seus calendários para o segundo semestre.
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