Depois da grave lesão sofrida pelo ala Paul George, do Indiana Pacers, na sexta-feira (1º), o comissário da NBA, Adam Silver, admitiu que a liga vai discutir a liberação ou não das grandes estrelas do basquete do país em competições internacionais.
A lesão de George, grande destaque dos Pacers, aconteceu no jogo de apresentação que reuniu os 20 jogadores pré-selecionados para fazer parte da seleção dos Estados Unidos no próximo Mundial, que será disputado a partir de 30 de agosto, na Espanha.
No início do quarto período da partida, ao cometer uma falta sobre o ala-armador James Harden no garrafão, George se chocou contra a base da tabela e fraturou a tíbia e a fíbula da perna direita. Ele passou por uma cirurgia no sábado (2).
"Este assunto será um tópico da próxima reunião do comitê de competição da NBA em setembro e do conselho de governantes em outubro. Claro que vamos continuar a avaliar os prós e os contras de participar de torneios internacionais", disse Silver em entrevista para a ESPN dos Estados Unidos.
O comissário da liga, no entanto, não vê, neste momento, a possibilidade de grandes mudanças na estratégia de deixar os seus principais jogadores disputarem competições fora dos Estados Unidos.
"É importante observar a melhoria de muitos dos nossos jogadores em termos de capacidade, liderança e paixão pelo jogo jogando pelos seus países de origem. As lesões podem acontecer em qualquer lugar. Neste momento, eu não prevejo uma grande mudança na participação da NBA em competições internacionais", afirmou.
A liga possui hoje uma política mais flexível quanto à liberação de suas estrelas para torneios fora do país. Os jogadores profissionais só foram permitidos a participar de uma Olimpíada, por exemplo, a partir de 1992, em Barcelona, na Espanha, quando a seleção americana formou o famoso time dos sonhos, que contava com atletas como Larry Bird, Magic Johnson e Michael Jordan.
Mesmo assim, o país ainda encontra resistência por parte de alguns donos de equipe, como Mark Cuban, proprietário do Dallas Mavericks, que deseja até a criação de um Mundial dentro dos Estados Unidos.
"O COI [Comitê Olímpico Internacional] está brincando com a NBA. Os profissionais de diversos esportes são inteligentes o bastante para não jogar quando são agentes livres [e não têm seguro]. Mas os times assumem um risco financeiro enorme, enquanto a comissão do COI pode encher o bolso. Donos e jogadores [dos EUA] devem se unir e criar nosso próprio Mundial de basquete", disse Cuban.
Com a contusão, George, líder em média de pontos (21,7 por jogo) na última temporada regular pelos Pacers, deve perder o próximo campeonato inteiro. Nesta temporada, o seu contrato prevê um salário anual de quase US$ 16 milhões (R$ 36 milhões).