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| Foto: Justin Lane/EFE

"Existe Jordan e depois todos os outros", diz Magic Johnson

Desde que Michael Jordan se aposentou, em 2003, a busca por um substituto virou uma obsessão da imprensa norte-americana. Kobe Bryant, que já levou o Los Angeles Lakers a cinco conquistas da NBA, e LeBron James, que na última temporada chegou à sua primeira taça pelo Miami Heat, são os principais alvos. Mas dá para compará-los ao rei do basquete?

Na opinião de estrelas do esporte, não. "Existe Michael Jordan e depois todos os outros", repete Earvin "Magic" Johnson, medalhista olímpico em 1992 e líder de assistências em todos os tempos da NBA, quando defendia o Lakers.

"Temos de tirar ele fora da equação. Parem de comparar qualquer um com Michael Jordan. Não é justo", reitera o técnico Phil Jackson, de passagem marcante pelo Bulls.

Scottie Pippen, fiel escudeiro de MJ no time de Chicago, diz acreditar que James pode até ultrapassar os números de pontos de Air Jordan, mas não vê ninguém com a alma do camisa 23.

"Ele era um competidor temível. Se ele torcesse o tornozelo, sempre fazia algo para superar qualquer obstáculo. Tinha jogos que nós achávamos que ele não iria dar conta, mas sempre conseguia. Se ele não jogasse, era como se o Michael Jackson não comparecesse ao seu show."

"Eu acho que ele é Deus disfarçado de Michael Jordan."

Larry Bird, ex-jogador do Boston Celtics.

"Ele veio para o treinamento como um homem possuído."

Steve Kerr, armador dos Bulls, no livro "No ano do Touro", de 1996.

"Uma vez que Michael sobe lá em cima ele diz: ‘bem, talvez vou ficar aqui no ar mais um pouco’. Então, de repente, ele diz: ‘bem, talvez eu faça um 360º. Não, mudei de ideia. Vou para o lado contrário’. Ele é simplesmente incrível".

Magic Johnson, ex-jogador do Lakers.

"Temos de tirar ele fora da equação. Parem de comparar qualquer um com Michael Jordan. Não é justo."

Phil Jackson, técnico de MJ em seus seis títulos na NBA.

Mesmo que você assista à cena milhares de vezes, a conclusão lógica de como ela se tornou realidade talvez nunca chegue. Pode ser um arremesso desequilibrado para decidir o campeonato, uma bandeja improvável na cara do melhor marcador ou aquela tradicional enterrada cujo salto inesgotável desafia as leis da física.

Língua para fora, careca brilhante e o mesmo desfecho. Michael Jordan confrontou o impossível durante suas 14 temporadas na NBA. E ainda hoje, quando o rei do basquete completa 50 anos de idade, é melhor não duvidar.

Relembre a trajetória e os números da carreira de Jordan

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A palavra competição guiou a trajetória de Air Jordan. Criado em Wilmington, cidade de cerca de 100 mil habitantes na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, ele cresceu à base de desafios. E os primeiros vieram da própria família.

Seu irmão Larry era maior e melhor no basquete e em qualquer outro esporte que disputassem. Suas irmãs estudavam mais. A natureza competitiva de Michael, o quarto de cinco filhos de James e Deloris Jordan, nascia ali.

O "fogo da disputa" – como o próprio se refere – foi alimentado ao longo dos anos. O corte do time do colégio, por exemplo, foi o ponto de partida. "Eu quis provar para o técnico. Ter certeza de que soubesse que tinha errado", lembra Jordan, durante seu discurso no Hall da Fama do Basquete, quatro anos atrás.

Buzz Peterson, companheiro de quarto de Jordan na Universidade da Carolina do Norte, eleito o jogador do ano em 1981, também foi alvo. "Como ele era o jogador do ano se não tinha jogado comigo ainda?", questionou. Até o técnico Dean Smith, que deixou o futuro all-star fora de uma lista de promessas da universidade para a revista Sports Illustrated, se tornou motivo para Jordan melhorar.

E como ele evoluiu. Em 14 temporadas, tornou-se o atleta com a maior média de pontos da história da NBA (30,1 por jogo), ganhou cinco prêmios de MVP (jogador mais valioso da temporada) e colecionou seis títulos com o Chicago Bulls. Não há lista dos melhores esportistas da história sem seu nome.

Mais do que um incrível atleta individual, no entanto, Jordan se destacou como líder de um grupo. Phil Jackson, treinador que o acompanhou em todas as conquistas, conta que os treinos até o limite serviam para elevar o jogo dos companheiros.

"Todo treino, tudo era uma grande competição. E era definitivamente o propósito. Ele estava tentando nos mostrar que tínhamos der ser campeões", atesta o armador Steve Kerr, companheiro na segunda passagem de MJ pelo Bulls, entre 1995 e 1999.

O camisa 23 chegou a se arriscar no beisebol após sua primeira aposentadoria, em 1993, mas não obteve sucesso. Como administrador – ele foi dono de parte do Washington Wizards e hoje é sócio majoritário do Charlotte Bobcats – também não teve tanta sorte.

Com toda a habilidade dentro de quadra, espírito guerreiro e liderança, Jordan se tornou, naturalmente, um fenômeno de marketing. Seu carisma ajudou a vender todo o tipo de produtos, desde tênis e isotônicos até videogames, abrindo o mercado para outros atletas.

Até hoje, dez anos após sua aposentadoria, ele fatura US$ 80 milhões anuais com produtos que levam seu nome – cerca de R$ 156 milhões. Segredo do sucesso?

"Errei mais de nove mil arremessos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Tive certeza de ter a bola do jogo 26 vezes e errei. Eu falhei e falhei repetidamente na minha vida. E foi por isso que fui bem-sucedido", fala o cinquentenário. Mas não duvide se você ainda o vir batendo bola e encantando na NBA de novo.

"Um dia você pode olhar e me ver jogando aos 50. Não riam. Nunca diga nunca. Porque limite, assim como medos, frequentemente são apenas ilusões", alertou Jordan, em 2009. Chegou a hora?

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