O filipino Manny Pacquiao na entrevista coletiva após a luta com o norte-americano Timothy Bradley| Foto: Jeff Bottari/AFP

Considerado o maior nome do boxe mundial na atualidade, o filipino Manny Pacquiao amargou, em combate encerrado na madrugada de domingo (no horário de Brasília), em Las Vegas, a primeira derrota em sete anos. Por decisão polêmica dos juízes, após uma equilibrada luta de 12 assaltos, o norte-americano Timothy Bradley venceu por pontos e tirou do poderoso oponente o cinturão dos meio-médios da Organização Mundial de Boxe (OMB).

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Dois jurados deram vitória de 115 a 113 para Bradley, enquanto um deles concedeu pontuação inversa a favor de Pacquiao, que não era derrotado desde quando também caiu por pontos diante de Erik Morales, em 2005. Com o resultado deste último combate, o filipino agora tem em seu cartel 54 vitórias, quatro derrotas e dois empates. Bradley manteve uma invencibilidade de 29 combates como profissional.

Após a confirmação da vitória para Bradley, o público que acompanhava a luta no hotel-cassino MGM Grand vaiou a decisão dos juízes e Pacquiao parecia atordoado. A decisão foi considerada tão polêmica que o promotor Bob Arum, decepcionado com o que viu, anunciou que uma revanche deverá ocorrer no dia 10 de novembro. "Eu nunca fiquei tão envergonhado no boxe como estou nesta noite", disse o empresário, que promove as carreiras dos dois lutadores que mediram forças neste combate.

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Após a luta, porém, Pacquiao exibiu um discurso conformista, dizendo que aceitava o resultado e que "perder faz parte do jogo". "Eu fiz o meu melhor. Acho que o meu melhor não foi o suficiente", declarou. Ao mesmo tempo, entretanto, ele prometeu derrubar Bradley na provável nova luta que travará com o rival. "Quero a revanche e vou encerrar a luta antes dos 12 rounds. Não me lembro de nenhum soco dele me machucar", completou.

Pacquiao foi mais agressivo nos primeiros rounds e parecia que conseguiria o nocaute, mas o norte-americano resistiu e reagiu nos últimos assaltos. Entretanto, o filipino acertou muito mais golpes em dez dos 12 rounds. Uma estatística exibida após o duelo mostrou que foram 253 ao total, contra apenas 159 de Bradley, que acredita ter merecido o triunfo concedido pelos juízes.

"Eu penso que ganhei a luta. Não acho que ele foi tão bom quanto todo mundo diz que era. Não senti o seu poder", disse o vencedor, para depois ressaltar que "todos os rounds foram parelhos". No fim, porém, o novo campeão da OMB precisou da ajuda de uma cadeira de rodas para ir até a sala de imprensa conceder entrevista coletiva. Ele alegou uma lesão no pé sofrida durante o combate para não chegar caminhando ao local.