O futuro do Autódromo Internacional de Curitiba (AIC) está cada vez mais longe de contemplar carros velozes e motores roncando. Em entrevista à Gazeta do Povo, o presidente do autódromo, Jauneval de Oms, confirma que negocia a venda do terreno de 560 mil metros quadrados localizado em Pinhais, na Região Metropolitana da capital.
Falta apenas decidir qual das mais de dez propostas será aceita. “Existem 12 propostas de vários tipos, diversificadas, mistas. Provavelmente vamos aceitar uma delas... Só depende de nós, proprietários”, afirma Jauneval.
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“Há grande possibilidade de fazermos a negociação, mas ainda está em estudo e também há a questão de confidencialidade”, lembra o empresário.
O AIC é propriedade da empresa Inepar, da qual Jauneval foi presidente e hoje integra o conselho de administração, e de Fortunato Guedes, sócio do falecido Flávio Chagas Lima, responsável por construir o autódromo inaugurado em 1967.
Peteco, como Jauneval é conhecido, confirmou à reportagem que a incorporadora curitibana Invespark é uma das proponentes. O destino do autódromo seria um condomínio residencial e também de escritórios. Através da assessoria de imprensa, a empresa disse que não se pronunciaria sobre o assunto.
Não há prazo, no entanto, para o fechamento definitivo do circuito. “Estamos em plenas negociações. É imprevisível, vai depender muito do comprador”, explica o proprietário.
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Em entrevista ao programa de rádio Acelera Banda B, o diretor da Força Livre MotorSport, Eduardo Pereira, deu a entender que o tempo de vida do Autódromo Internacional é curto. A despedida poderia acontecer já na metade de 2016.
“É um prenúncio. Vamos dizer, temos hoje liberação do autódromo até junho de 2016, onde nos foi proposto para colocar as datas, a gente colocou três datas, as três de arrancadas, pode ser que façamos duas, abrindo mão de uma e possivelmente fazemos um grande evento final em junho, que seria a despedida do autódromo”, disse.
Em contato com a reportagem, a assessoria de imprensa da Stock Car afirmou que o AIC está nos planos para a temporada de 2016. Neste ano, a pista já recebeu a categoria em duas oportunidades – apenas Interlagos, em São Paulo, recebeu mais corridas do que Curitiba. A terceira acontece neste domingo (18).
Lucro há oito anos
Apesar de gerar lucro há oito anos, segundo Peteco, a intenção dos proprietários do AIC é concretizar a venda do local para recuperar o investimento. O próprio presidente já declarou anteriormente que colocou cerca de R$ 13 milhões no circuito em 1995, época em que o real tinha cotação equiparada ao dólar.
“Essa foi a ideia desde o início [vender]... Mesmo com o mercado imobiliário em baixa, a tendência era a valorização. É um terreno que não se acha aqui. Está a dez minutos do centro de Curitiba”, diz o presidente, que rejeitaria investir novamente em automobilismo.
“Nunca mais”, dispara. “Como apaixonado é uma pena [fechar o autódromo]. Mas a situação do país não motiva empreendedorismo, os investimentos estão capengas. O país está inviável para qualquer coisa”, fecha.
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