Poucas horas depois de ser divulgado que o pai do presidente do Fluminense, também chamado Peter Siemsen, de 85 anos, foi beneficiado pelo Bolsa Atleta, o dirigente tricolor entrou em contato com a reportagem do Estadão Conteúdo e disse que seu pai ficou constrangido ao receber a informação.
"Óbvio que não está certo, é inaceitável", disse o Peter filho, informado no início da manhã sobre a reportagem. Ele logo entrou em contato com o pai, que inicialmente não entendeu a crítica. "Só caiu a ficha dele agora de tarde. Ele disse: 'Porra, que absurdo, não tem menor sentido'. É com muito tristeza que a gente vê ele envolvido. É contraditório com a situação financeira dele, com o legado magnífico dele".
Ainda de acordo com o presidente do Fluminense, a inscrição para o Bolsa Atleta foi feita pela secretária do escritório de advocacia do qual o octogenário é sócio, no Rio - Peter não disse atendendo ao pedido de quem. O próprio presidente do Fluminense já providenciou, junto ao ministério do Esporte, o descredenciamento de Peter pai do Bolsa Atleta. A pasta confirmou a informação, afirmando que já pagou as primeiras parcelas o programa no exercício 2014.
"Com a história que ele tem de vela, o patrimônio imobiliário que não tem, não faz o menor sentido (receber o Bolsa Atleta). Ele veleja desde os 20 e poucos anos. Ele emprestava o barco dele para atletas que buscavam correrem Mundial, Pré-Olímpico, Olimpíada. Foi por muitos anos vice-presidente da Isaf (federação internacional de vela) e pagava do bolso as viagens. Isso quando o patrimônio dele não era tão grande quanto é hoje. Ele não precisa", disse Peter.
Beneficiado pelo Bolsa Atleta como comandante do próprio barco no Sul-Americano da Classe ORC, de vela de oceano, no ano passado, Peter já não veleja por conta do seu estado de saúde. No currículo, além da principal honraria da vela (troféu Beppe Croce, oferecido a apenas 24 pelos serviços prestados à modalidade), estão quatro Olimpíadas como árbitro, além de diversas Américas Cup, também como árbitro.