Prisioneiro, “Valdivia”, inimigo dos mascotes... Conheça alguns personagens dos playoffs da NBA

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Após quase seis meses e 82 jogos para cada time na temporada regular, chegou a hora dos playoffs da NBA. A fase final começa neste sábado (18) com quatro partidas. Ao todo, serão oito duelos decididos em uma série melhor de sete jogos – ganhou quatro partidas, avança.

A Gazeta do Povo separou alguns personagens que vão chamar atenção durante os playoffs. Confira:

Irmãos “chuá”

Melhor time da NBA, o Golden State Warriors deve muito de seu sucesso à dupla Stephen Curry/Klay Thompson. Chamados de splash brothers (em interpretação livre, algo como “irmãos chuá”) por sua inigualável eficiência nos arremessos de longa distância, eles marcam juntos, em média 45,5 pontos por partida. Uma artilharia capaz de derrubar qualquer defesa sólida. Eles têm dado tão certo lado a lado que foram titulares no Jogo das Estrelas da temporada - dois atletas da mesma equipe começando o evento juntos era algo que não se via desde 1975.

Armador veloz e habilidoso, com boa visão de jogo, Curry é o principal nome da dupla, considerado favorito para ser o eleito o melhor jogador da competição (o MVP). No fim da fase de classificação, ele bateu o recorde de cestas de 3 pontos, com 286 bolas certeiras - a marca anterior, dele mesmo, eram as 272 cestas registradas em 2012/2013. Thompson detonou da linha 3 pontos outros 239 arremessos bem-sucedidos. Nunca na liga uma dupla foi tão mortal nesse fundamento. Eles são gêmeos inclusive no aproveitamento dos lances de longa distância. Curry tem marca de 44,3% de fora da linha , enquanto o companheiro faz 43,9% dos chutes tentados.

Velhinhos incansáveis

A dúvida no início da temporada é a mesma: será que os veteranos do San Antonio Spurs vão aguentar mais um ano em alto nível? A resposta, mais uma vez, foi positiva. Os atuais campeões da NBA chegam aos playoffs como fortes candidatos ao bicampeonato. Os nomes mais conhecidos da equipe seguem sendo os velhinhos: os armadores Tony Parker (32 anos) e Manu Ginobili (37), além do ala pivô Tim Duncan, de 38 anos.

Após um começo irregular, o time se recuperou e mostrou força, principalmente na parte final da temporada regular. O time venceu 21 dos últimos 25 jogos e terminou em sexto lugar na Conferência Oeste, mas apenas com uma derrota a menos do que o segundo colocado, Houston Rockets. Este será o 18º ano seguido que o Spurs estará nos playoffs.

Inimigo dos mascotes

O pivô Robin Lopez é um coadjuvante do Portland Trail Blazers, o quarto colocado da Conferência Oeste. Mas fora das quadras, ele é uma das grandes atrações do time. Tudo por causa da raiva que ele sustenta por... mascotes. Isso mesmo. Os simpáticos bichos que representam os times da NBA viraram alvo do jogador. Antes das partidas, Lopez sempre arranja confusão com os mascotes adversários. Vai entender... Confira no vídeo abaixo algumas das brigas.

LeBron “Judas” James

LeBron James é o cara a ser batido na NBA. Ainda. Eleito quatro vezes o jogador mais valioso da liga (2009, 2010, 2012 e 2013), o ala-armador de 30 anos trocou o Miami Heat – pelo qual foi bicampeão – pelo Cleveland Cavaliers. De volta para o time onde começou a carreira e representante do estado em que nasceu (Ohio), o camisa 23 fez as pazes com a torcida, que o amaldiçoou e o chamou de traidor quando ele deixou a franquia em 2010, e espera retribuir com um título inédito. Tem ajudas importantes, como a de Kevin Love (16 pontos, 9,7 rebotes) e Kyrie Irving (21,7 pontos e 5,2 assistências), mas o sucesso do grupo depende muito de sua liderança e protagonismo. Dos 13 jogos sem o astro, o Cavs ganhou apenas 3. Ele é o terceiro cestinha desta edição da liga, com 25,3 pontos – seu pior desempenho desde a estreia, em 2003/2004, assim como ocorre com os 6 rebotes que pega por partida. LeBron distribui ainda 7,4 assistências por duelo, sétimo melhor desempenho na temporada.

Trio verde-amarelo

O Brasil está bem representado nos playoffs da NBA, com três jogadores em ação, o que não acontecia desde a temporada 2009/2010. Poderiam ser quatro, se o cabeludo Anderson Varejão não estivesse incapacitado por lesão. Assim, Tiago Splitter, primeiro jogador nacional campeão da liga, no ano passado, compõe o trio brazuca na fase de mata-mata com dois veteranos: Nenê, com 12 anos de experiência nos EUA, e Leandrinho, com 11 temporadas disputadas.

Mas não é pela quantidade que o ano é cercado de expectativas para o país no mata-mata. As possibilidades de sucesso são boas, já que mesmo sendo coadjuvantes em suas equipes, Splitter e Leandrinho têm chances reais de título com o San Antonio Spurs e o Golden State Warriors, respectivamente. Nenê, do Washington Wizards, é uma das principais peças de seu time, com 25 minutos jogados em média e 11 pontos, mas a equipe está entre os azarões. Leandrinho tem atuado quase 15 minutos por partida (7 pontos); Splitter chega a 20 minutos em quadra (8 pontos e 4,8 rebotes).

Prisioneiro

O Atlanta Hawks terminou na liderança e foi disparado o melhor time da Conferência Leste na temporada regular. No entanto, o time terá um importante desfalque nos playoffs. O suíço Thabo Sefolosha não costuma marcar muitos pontos, mas é conhecido por ser um dos melhores defensores da liga. Ele vai perder a fase final após uma confusão em uma casa noturna de Nova York, onde acabou preso.

No último dia 8, outro jogador da NBA, Chris Copeland, do Indiana Pacers, foi esfaqueado no local. Sefolosha se desentendeu com policiais que foram atender o caso e acabou detido. Liberado pelas autoridades, restaram as sequelas. No meio da confusão, o jogador fraturou a tíbia, o que o vetou do restante da temporada.

Irmãos Gasol

A temporada é inesquecível para os irmãos espanhóis. O caçula Marc é o grande nome do Memphis Grizzlies e registra as melhores médias da carreira (17,3 pontos e 7,7 rebotes por jogo). Já Pau Gasol, após viver um período de baixa no Los Angeles Lakers, renasceu ao se transferir para o Chicago Bulls. Com média de 18,5 pontos e 11,8 rebotes por jogo, ele se tornou referência no time. O ótimo desempenho da dupla foi coroado com a convocação dos dois irmãos para o Jogos das Estrelas da NBA, realizado em fevereiro. Eles estarão nos playoffs, mas um encontro será possível só se chegarem até a grande final.

Derrick “Valdivia” Rose

Em um Chicago Bulls órfão do astro Michael Jordan, Derrick Rose surgiu em 2008 como forte candidato a suprir essa ausência de um grande ídolo. O armador de 1,91 m, veloz, habilidoso e capaz de lances tão acrobáticos quanto certeiros, foi escolhido o novato do ano naquela temporada (2008/2009). O talento do camisa 1, porém, ganhou um desafio extra já no ano seguinte, as constantes lesões. O tornozelo o tirou da pré-temporada. Foi o primeiro sinal dos problemas graves que enfrentaria no futuro. Em meio a três cirurgias nos joelhos, a última temporada em que conseguiu disputar 81 dos 82 jogos da equipe foi a de 2010/2011. O jogador anda passando mais tempo no DM do que em quadra.

Ainda com o rótulo de ídolo em Chicago, ele perdeu boa parte da atual competição, mas retornou pouco antes dos playoffs. A questão é quanto ele pode render. Neste ano, disputou 51 jogos, com médias de 17,7 pontos e 4,9 assistências. Na carreira, ostenta 20,4 pontos e 6,5 assistências por partida. Para ser um ponto de desequilíbrio na fase final, precisa se aproximar bem mais do jogador que era antes da primeira grande contusão, em 2012.