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Grupo quer usar o nome (e a torcida) do Tubarão para encampar a volta de Londrina às quadras, com um time profissional de basquete. | Daniel Castellano 
/ Gazeta do Povo
Grupo quer usar o nome (e a torcida) do Tubarão para encampar a volta de Londrina às quadras, com um time profissional de basquete.| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

O basquete de Londrina, que até a temporada 2009/2010 encarava de frente os principais times do país, dá os primeiros passos para voltar à ativa. Um projeto envolvendo a Associação Pé Vermelho de Esporte (APVE) e o Londrina Esporte Clube (LEC) vai tentar recolocar a cidade no cenário nacional do basquete adulto.

Pela parceria, o time da APVE passa a jogar com a camisa e as cores do Tubarão. Em princípio, o trabalho envolverá categorias com até 17 anos. No entanto, dentro de quatro anos, a meta da equipe é ter uma equipe adulta disputando o Novo Basquete Brasil (NBB), a principal competição da modalidade no país. A última vez que isso aconteceu foi em 2010, quando o ADL/Sercomtel/Londrina ficou na penúltima colocação.

A base do “novo” time de basquete de Londrina já existe: são cerca de 130 atletas, com idades entre 12 a 17 anos, vinculados ao Colégio Marista e ao Clube Canadá. Com recursos próprios e uma verba pública exígua da Fundação de Esportes de Londrina (FEL) – R$ 80 mil/ano – os atletas têm obtido bons resultados nas competições pelo Paraná, inclusive as equipes femininas.

Estreia marcada

O Tubarão versão basquete já tem estreia programada: entre 8 e 10 de maio. Nesse período ocasião, a equipe londrinense vai disputar a fase final do sub-13 e sub-15 da Taça Paraná, em Curitiba. O time sub-15 defende o tricampeonato e nunca perdeu um jogo desde que o grupo começou a jogar junto, no sub-12. “Vamos para o hexagonal final com os seis melhores times do Paraná”, conta o técnico Bruno Lopes. Entre as “pedreiras”, estão o Foz do Iguaçu e o Círculo Militar do Paraná.

No ano passado, na etapa 12 a 14 anos dos Jogos Escolares da Juventude, o Colégio Marista conquistou o bronze entre os meninos. Já entre as garotas, o Colégio Londrinense foi prata.

Segundo o técnico do time do Marista, Bruno Lopes, a ideia do novo projeto é começar por baixo, devagar, buscando credibilidade e formando atletas para brilhar em médio e longo prazos. “O sonho é voltar àquele clima empolgante com o time na cidade”, afirma Lopes, que foi assistente do time adulto na década de 2000.

Para a nova equipe, está sendo adotada uma nova filosofia de trabalho. “Vamos fazer uma base forte para os atuais atletas se tornarem a essência da equipe lá na frente. Não será como antes, quando Londrina contratava a base quase toda de fora. Queremos criar tradição e temos a certeza de que os atletas que treinam na APVE têm potencial para jogar profissionalmente e, quem sabe, retomar o time profissional de Londrina”, explica.

Por enquanto, Lopes tem duas tarefas: organizar, com o LEC, o design da nova camisa do Tubarão no basquete e começar a captação dos patrocinadores. Para existir um time adulto com potência, o técnico sabe que precisa amealhar, para começar, um orçamento anual de R$ 1 milhão. “Londrina ama o basquete. Desde que vivi aquela experiência aqui, não sosseguei. Não é possível deixarmos de ter um time de basquete na cidade. Quem não quer um Moringão lotado de novo?”

Chance única

O advogado Walter Bittar faz parte do Conselho Deliberativo do Londrina Esporte Clube e foi o “arquiteto” da tática de aproximar o Tubarão da bola laranja. Responsável pelo projeto do basquete dentro do LEC, Bittar explica que a aposta nasceu como uma das formas de cristalizar o time como “o primeiro no coração do londrinense”.

Defensor da ideia de que o londrinense não deveria torcer para “times de fora”, Bittar afirma que a fusão do futebol com o basquete é uma chance única, imperdível: “Quando tinha Londrina na liga de basquete, o que a torcida no Moringão lotado gritava era ‘Tubarão’. Não poderíamos deixar de aproveitar essa emoção. O LEC e a APVE têm a chance de agrupar e formar a melhor geração de todos os tempos do basquete na cidade”, diz o conselheiro do LEC, que se considera um “entusiasta do basquete e jogador mediano dos tempos de universidade”.

Muito otimista, Bittar aposta que em “48 meses” o basquete do Tubarão estará maduro para os primeiros passos na liga nacional. “Somos celeiro de atletas. O londrinense se identifica com o basquete e o LEC voltou para a mídia. Como o clube está vivo, queremos que se torne único no coração do londrinense. E o basquete terá papel fundamental nisso”. Enquanto articula a inserção do basquete no clube de futebol, já sente a “pressão” da torcida: “Você não acredita quanta gente já está me ligando perguntando onde tem a camisa do basquete de Londrina para comprar”.

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