"Quase ninguém sabe que existem equipes de hóquei no Brasil, e uma delas bem perto de Curitiba". É dessa forma que Eneas Marcondes, praticante do esporte desde 1998 e hoje um dos dirigentes da equipe No Fear de hóquei sobre patins, instalada em Pinhais, define o status da modalidade no país. Na tentativa de reverter esse cenário, ele e o grupo composto por cerca de 30 atletas, que treinam todos os sábados, adotaram a missão de divulgar o esporte, conquistar cada vez mais adeptos para a equipe e enfrentar a falta de incentivo financeiro.
Uma coisa que poucos sabem é que o hóquei desembarcou em solo curitibano em meados dos anos 90. À época, os pioneiros da modalidade conquistaram feitos que até hoje são lembrados por quem fez parte desse time. "O Curitiba Hockey Clube foi base de tudo. Passamos muitos anos com essa equipe sendo campeã, de campeonato brasileiro, regional, e outros títulos. Depois de um tempo, o time se desfez, e se espalhou, o que fez perder força na consolidação do hóquei na cidade", conta Marcondes, que coordena as sete meninas jogadoras de hóquei nos treinos de base com patins dos jovens iniciantes.
Nos últimos 10 anos, ele firmou uma parceria com Mathias Fisher, que também se criou sobre rodas nas ruas de Petrópolis, no Rio, para ocupar essa lacuna. Há pouco mais de três anos, eles tiraram o projeto da equipe No Fear do papel, e assumiram as dificuldades para se firmar em busca de seu objetivo.
"É uma luta diária, o hóquei não é fácil. Tivemos equipes de quase 40 pessoas na quadra e depois, tínhamos dias onde só estávamos eu e ele na quadra, tocando o disco de um lado para outro. Não tínhamos local, e sem isso não vinham pessoas. Durante tempos não conseguimos ter 16 pessoas, que é o mínimo para fechar um time", afirma Fisher, treinador do time masculino.
Estabelecidos no ginásio do Colégio Humberto Castelo Branco, e com o número de membros aumentando a cada sábado, o desafio agora, segundo eles, é superar as limitações financeiras impostas pela falta de incentivo ao esporte e conseguir angariar o apoio de alguma entidade, seja pública ou particular. "Hoje, jogar hóquei é só gasto. Tem um custo alto para treinar. Nós não cobramos nada como dirigentes, e ainda tiramos dinheiro do nosso bolso para manter o projeto. Afinal, tem custo do site, para fazer a divulgação. Tem os equipamentos em comum, como discos e rodas, que gastamos bastante. Tem gastos com viagem. E não temos nenhuma ajuda. O que motiva é mesmo o amor pelo esporte", destaca Fisher.
Para conquistar esses recursos, as metas da equipe para o futuro já estão bem desenhadas. "Nossa perspectiva é ser a maior força do sul do país. Estamos hoje entre os três primeiros de 15 equipes no Paraná são mais duas, uma na região de Curitiba e outra em Maringá. No âmbito nacional, sair da terceira divisão e ir para a segunda. Temos dois anos para chegar lá", completa Marcondes.
Serviço
A equipe No Fear treina aos sábados, das 17 h às 20 h, na escola Humberto Castelo Branco, em Pinhais. Site: www.nofearhockey.com.br.
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