Mais de 100 carros vão largar neste domingo (31), em quatro categorias, no Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais. E apenas duas mulheres ao volante.
Com quatro temporadas de experiência na Indy, a paulista Bia Figueiredo é a única mulher no grid da Stock Car. Depois de dois anos em busca de patrocinadores para correr em Turismo, a curitibana Kattlyn Magno é a atração da etapa da Mercedes-Benz Challenge.
Kaká, como é conhecida a piloto de 26 anos, conseguiu uma vaga para completar a temporada com o carro número cinco da equipe Linardi Sports. A categoria, que vai para a terceira prova do campeonato, tem um custo de R$ 350 mil para todas as oito corridas.
Ela herdou a vaga que já foi de Felipe Nasr, que hoje compete na Fórmula 1 pela Sauber. “É uma luta muito grande para poder correr. Fiquei dois anos atrás do objetivo. Sem eles [apoiadores] não conseguiria”, fala Kaká, que tem sete patrocínios, que vão desde marcas de roupas até um escritório de perícia judicial.
“É a grande chance de erguer minha carreira”, acredita a estreante.
A paranaense que começou despretensiosamente no kart, em 2009, e passou por monoposto (Fórmula Premium, em 2012) sonha em chegar na Nascar, a Stock Car americana.
O longo caminho, porém, passa primeiro por se acostumar com os detalhes da nova categoria. Até este fim de semana, ela não treinava em um carro de Turismo desde maio.
Sua última experiência foi em um programa talentos da Volkswagen, quando foi apadrinhada por ninguém menos do que o bicampeão de F-1 Emerson Fittipaldi.
“Em 2013, através da Bia Figueiredo, conheci o Emerson e fui para a Alemanha representar o Brasil... Mas, no ano passado, fiz uma etapa apenas. A equipe foi suja comigo. Não cumpriram a palavra”, reclama Kaká Magno, que disputou corridas em pista de terra no Rio Grande do Sul até concretizar sua vaga no Mercedes-Benz Challenge.
Além do automobilismo, a curitibana também tem outra paixão: o Atlético. O símbolo do Furacão está estampado no carro da piloto, que tem uma parceria de quase seis anos com o clube. Em troca da exposição, o departamento de marketing lhe dá suporte no desenvolvimento de projetos de captação de recursos.
“Antes de ser profissional eu fazia tudo sozinha, corria atrás de tudo”, conta a comunicativa pilota.
Se por um lado a empolgação pela corrida de estreia é enorme, por outro Kattlyn sabe que figurar entre os primeiros em casa é tarefa praticamente impossível. Por isso, ela quer aproveitar o máximo de tempo dentro do carro. “Quero fazer uma boa corrida e terminar, pelo menos, com carro inteiro”, brinca a paranaense.
“Estou indo, como se diz, na cara e na coragem... O que vier é lucro”, fecha.
Deixe sua opinião