O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 anunciou nessa sexta-feira um prejuízo acumulado de R$ 150 milhões. O balanço financeiro da entidade foi apresentado por Sidney Levy, diretor geral do comitê.
Só em 2012, o déficit foi de R$ 90 milhões. No mesmo ano, a entidade acumulou uma receita de R$ 194 milhões, a maior parcela de patrocínios.
Responsável por organizar os Jogos, o órgão é presidido por Carlos Arthur Nuzman, que acumula o cargo de presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), e foi criado como uma sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos. A entidade é financiada pelos patrocinadores do evento e pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
O item que mais cresceu no balanço foi o de "despesas gerais e administrativas", que saltaram de R$ 61 milhões em 2011 para R$ 82 milhões em 2012. Com o salário e a contratação dos funcionários, o Rio 2016 gastou R$ 76 milhões. A entidade tem atualmente 467 contratados.
No ano passado, a entidade ainda recorreu a três empréstimos do COI (Comitê Olímpico Internacional), que totalizaram US$ 63 milhões.
"Esse é um resultado natural", disse o diretor geral de operações do comitê, Leonardo Gryner. A entidade, que tem sete patrocinadores, já tem previsto uma receita de R$ 1,1 bilhão somente de patrocínio até o ano dos Jogos.
O Rio-2016 já bateu o valor de US$ 570 milhões (R$ 1,142 bi) estipulado no dossiê de candidatura. Pelo menos outras cinco novas cotas estão sendo negociadas. A previsão, quando da candidatura aos Jogos, era bastante conservadora devido ao contexto de crise econômica mundial.
Em fevereiro, o Comitê Organizador das Olimpíadas de Londres-2012 anunciou que o balanço financeiro dos Jogos não apresentaria lucro. A expectativa da entidade é que tanto despesas quanto faturamento da competição fiquem em torno de 2,4 bilhões de libras esterlinas (R$ 7,4 bi).
A ausência de lucro deve afetar diretamente o Comitê Olímpico Britânico. A entidade esperava receber um excedente de 5 milhões de libras, que serviria para amenizar o déficit financeiro pelo qual passa a organização.