De boné amarelo com o nome do Brasil, Oscar Schmidt fez na noite desta terça-feira (28) a primeira aparição pública após a revelação de sua luta contra um câncer no cérebro. Ele passou por uma cirurgia no dia 30 de abril, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para a retirada de um tumor no cérebro, e ficou cinco dias internado.
Nesta terça, o ídolo do basquete brasileiro voltou às atividades como palestrante, ao falar sobre liderança na FAAP - ele havia cancelado cinco compromissos por causa da operação. Oscar afirmou que a palestra foi seu grande teste. Por causa da reação à quimioterapia e à radioterapia, ele tem sentido enjoos e está tomando medicamentos para dormir.
"Estou fazendo o tratamento e espero que resolva. Se não resolver, paciência, minha vida foi muito boa", disse o ex-jogador de 55 anos, que já havia sido operado em maio de 2011 quando o problema se manifestou pela primeira vez. "Ele [o tumor] veio de novo e, desta vez, veio malvado".
Em uma escala de 1 a 4, atribuída a agressividade de um tumor, o nódulo retirado recentemente, de 3 mm, era de grau três. O primeiro, apesar de maior (6 cm), tinha grau dois.
Com bom humor, o ex-jogador disse que "espera viver até setembro", para participar da cerimônia de entrada no Hall da Fama do Basquete nos Estados Unidos - ele já faz parte, desde 2010, do Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (Fiba). O evento será em Springfield (EUA), entre os dias 6 e 8 daquele mês.
Segundo o neurocirurgião Marcos de Queiroz Teles Gomes, responsável pelo tratamento, Oscar pode viver muitos anos com qualidade de vida e sem danos das funções cerebrais. A aplicação de radioterapia e quimioterapia está prevista por cinco semanas, sendo que o paciente vai se submeter a ela pelo prazo que seu organismo tolerar. "Daqui a cinco ou seis meses teremos uma noção da resposta que o organismo dará ao tratamento", disse o médico. As sessões serão realizadas de segunda a sexta-feira e, se o organismo dele tolerar, aos finais de semana.