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 | Fabrizio Bensch/Reuters
| Foto: Fabrizio Bensch/Reuters

Sete anos após perder sua vara na final dos Jogos de Pequim, numa das maiores frustrações da história do esporte olímpico brasileiro, Fabiana Murer deu a volta por cima no mesmo palco. Nesta quarta-feira (26), numa final de altíssimo nível, a veterana de 34 anos igualou o recorde sul-americano, de 4,85 m, para faturar a prata no salto com vara no Campeonato Mundial disputado no Ninho do Pássaro. Foi a primeira medalha no país na competição deste ano. O ouro só não veio porque a cubana Yarisley Silva, sempre ela, superou o sarrafo a 4,90 m, na última tentativa.

Assim como aconteceu nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, e também na edição de Toronto, este ano, a prata de Fabiana não deixa gosto amargo. Afinal, a “derrota” foi para uma atleta melhor e que, como poucas, consegue encontrar forças para se superar. Nas três ocasiões, a brasileira ficou atrás da cubana por cinco centímetros. Em Pequim, elas vão ao pódio junto com a grega Nikoleta Kyriakopoulou, que saltou 4,80 m.

Com a prata, Fabiana chega a sua segunda medalha em seis participações em Mundiais – isso sem contar o ouro no Mundial Indoor de 2010. Ela tinha 24 anos quando foi à competição pela primeira vez, para saltar 4,40 m em Helsinque, em 2005. A brasileira entrou no grupo das melhores do mundo em 2007, em Osaka, quando ficou em sexto. Foi quinta colocada em Berlim (2009) e finalmente conquistou o título em Daegu, em 2011, com um salto de 4,85 m. Em Moscou, há dois anos, amargou mais um quinto lugar.

Fabiana, entretanto, saiu-se muito bem nas últimas duas temporadas. No ano passado, particularmente ruim para o salto com vara feminino, só ela saltou mais alto do que 4,71 m e liderou o ranking mundial com 4,80 m.

Nesta temporada, já havia passado o sarrafo a 4,80 m em duas oportunidades, mas viu duas das suas mais fortes rivais chegarem à melhor fase das respectivas carreiras. Isso vale para Yarisley, Nikoleta e a russa Sidorova, que falhou no Mundial. Só a norte-americana Jennifer Suhr, quarta colocada, não bateu seu recorde pessoal em 2015.

A prata de Fabiana ameniza, mas não apaga a péssima campanha do Brasil no Mundial de Atletismo até aqui. Em Moscou, o país fez sete “finais” (classificações entre os oito primeiros da prova). Em Pequim, por enquanto, só Fabiana Murer e Caio Bonfim, sexto na marcha atlética 20 km, conseguiram tal feito após cinco dias de competições. E ótimas oportunidades já foram perdidas no salto em distância feminino, salto com vara masculino, maratona masculina e arremesso de peso masculino e feminino.

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