A Agência Alemã Antidoping (NADA) criticou o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Agência Mundial Antidoping (Wada) por não ter investigado a descoberta de clenbuterol, uma substância proibida, nas amostras de urina dos velocistas jamaicanos nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008.
O COI e a Wada reconheceram ter arquivado os casos devido às baixas doses de clenbuterol encontradas, atribuindo a presença da substância proibida a uma provável consumação de carne contaminada.
“Constatar um resultado e o atribuir automaticamente a uma possível consumação de carne contaminada, e em seguida encerrar o caso, não é o bastante”, criticou o presidente da agência alemã, Lars Mortsiefer: “Precisamos ir a fundo em todos os casos se quisermos que nosso sistema tenha credibilidade”.
Mortsiefer reagiu após a divulgação no domingo de uma reportagem na emissora ARD, que não revelou o nome dos atletas envolvidos.
Os velocistas jamaicanos, liderados por um Usain Bolt no auge da forma, conquistaram cinco medalhas de ouro em Pequim. Os vencedores do revezamento 4x100 m masculino, incluindo Bolt, porém, tiveram que devolver a medalha de ouro conquistada oito anos após os Jogos, depois da reanálise de amostras do corredor Nesta Carter ter dado positivo por uso de um estimulante, oito anos após os Jogos.
A ARD cita em sua reportagem o diretor da Wada, Oliver Niggli, que afirma: “Estou ciente de que baixos níveis de clenbuterol foram descobertos nas amostras de atletas jamaicanos. Quando as doses descobertas são relativamente baixas em relação à ingestão direta da substância, a Wada admite que estes casos não se tornam públicos”.
O COI seguiu a mesma linha da Wada: “Durante a reanálise de amostras de urina dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, o laboratório encontrou em muitos casos de atletas de diversos países e diversos esportes doses muito baixas de clenbuterol”, explicou o Comitê Internacional em nota: “Todos os valores eram inferiores a 1 mg/ml, o que pode ser atribuído à consumação de carne contaminada”.
O clenbuterol é a substância que havia sido descoberta nas amostras de urina do ciclista espanhol Alberto Contador após o Tour de France de 2010. O atleta teve a vitória anulada e foi suspenso por dois anos. Em sua defesa, Contador também citou uma possível consumação de carne contaminada.
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