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Melhor surfista do país em 2006, Jihad sofreu com os vícios, mas se reergueu com a ajuda da religião. | Reprodução/Facebook
Melhor surfista do país em 2006, Jihad sofreu com os vícios, mas se reergueu com a ajuda da religião.| Foto: Reprodução/Facebook

Jihad Khodr é um exemplo de superação. O surfista, bicampeão do Supersurf (o antigo Campeonato Brasileiro), perdeu um de seus títulos por causa da uma falta em um exame antidoping obrigatório, ficou quase um ano suspenso, enfrentou problemas para entrar nos EUA algumas vezes e até mesmo se envolveu com bebidas e outras drogas. Tudo isso até passar a se dedicar ao islamismo, religião que o colocou no caminho certo novamente e fez com que ele decidisse voltar para o circuito internacional em 2017, podendo até mesmo chegar à elite no futuro ao lado de Gabriel Medina, Adriano de Souza e tantos outros brasileiros.

Filho de libaneses, Jihad nasceu em Matinhos, no litoral do Paraná, e desde cedo mostrou talento em cima das pranchas. Tanto é que em 2006, quanto tinha de 22 para 23 anos, se tornou o melhor surfista do Brasil. Antes disso, já competia em nível mundial e em 2003, quando estava na 11.ª posição do ranking, quase foi impedido de entrar nos EUA, onde participaria de uma etapa na Califórnia.

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Culpa de seu nome e de sua origem, o que levou a polícia suspeitar de que ele poderia ter relação com grupos terroristas. Depois de horas de interrogatório, foi liberado para entrar no país, mas voltaria a ter problemas em 2007, quando competiu em etapas do WQS, a “segunda divisão” mundial, com uma pintura de um rosto que se assemelhava com Osama Bin Laden em sua prancha.

Esse período foi bastante complicado na vida de Jihad Khodr, que admite que se envolveu com muitas coisas erradas. “Eu seguia competindo bem e ganhando porque tinha força e o dom para surfar. Mas estava viciado. Bebia muito e cheirava cocaína. O dinheiro que ganhava era usado para comprar drogas. Eu estava dormindo acordado e foi assim até 2009, quando tinha 25 anos”.

Depois disso, muito por causa de sua relação com a religião, ele “renasceu” e, com uma nova rotina, com alimentação regrada e se importando mais com a questão espiritual, deu a volta por cima.

Agora, aos 33 anos, ocupa a segunda posição no ranking brasileiro de surfe profissional e vai voltar ao Circuito Mundial, iniciando a sua participação nas categorias de base para, posteriormente, alcançar os eventos QS 6000 e Prime.

Para ele, tão importante quanto os resultados é a sua missão de levar uma mensagem de paz ao mundo. “Mostrar que o Islã é uma religião de paz e amor ao próximo também é um grande motivador do meu trabalho”.

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