Faleceu nesta segunda-feira (28) o ex-técnico da seleção brasileira de basquete Ary Vidal, de 77 anos. Há pouco mais de três meses ele havia sido internado em estado gravíssimo num hospital do Rio por conta de um enfarte e um acidente vascular. Desde então, estava com a saúde fragilizada. O enterro será realizado nesta terça-feira, em local e horário ainda não confirmados pela família.
Ary Vidal teve sua carreira marcada pela conquista da medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, em 1987, comandando um time brilhante que tinha, entre outros, os craques Oscar e Marcel. A conquista é uma das principais da história do basquete brasileiro por ter sido a primeira derrota de uma seleção norte-americana, ainda que desfalcada de grandes nomes, em seu próprio país.
O treinador começou a carreira ainda jovem, no Tijuca Tênis Clube, ajudando a revelar uma geração que fez história no basquete carioca. Aos 31 anos ele já era técnico da seleção brasileira masculina, tendo estreado em um torneio amistoso em Cosquin (Argentina). Ali, promoveu a estreia de Hélio Rubens com a camisa do Brasil.
Durante a década de 1960, ele também teve passagens pela seleção feminina, tendo comandado a equipe no título sul-americano de 1965 e no Mundial da Tchecoslováquia em 1967, obtendo um oitavo lugar.
Ele voltaria ao comando do time masculino no fim da década de 1970, faturando um bronze no Mundial das Filipinas, em 1978, última grande conquista do Brasil em Mundiais, além de um terceiro lugar no Pan de San Juan, em 1979. No total, comandou o Brasil em duas Olimpíadas (Seul/1988 e Atlanta/1996), e em dois Mundiais, levando a equipe ao quarto lugar na Espanha, em 1986.
Pelos clubes, não teve o mesmo sucesso, apesar de passagens por grandes clubes, como Flamengo, Fluminense, Vasco, Sírio-SP e Uberlândia. Sua principal conquista foi o título brasileiro de 1994, pelo gaúcho Corinthians/Santa Cruz. Depois disso, ele comandou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Atlanta e se aposentou da seleção.
"É um momento muito triste para o esporte brasileiro, e muito mais difícil para mim, que sou amigo pessoal dele. O Ary foi um dos melhores profissionais que o basquete já teve, um técnico que deixou sua marca por onde trabalho", declarou o presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Carlos Nunes.
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