A abertura do ciclo olímpico brasileiro da ginástica para os Jogos do Rio, em 2016, é hoje, em Toledo. A cidade do Oeste paranaense recebe o Troféu Brasil de Ginástica Artística e Rítmica, na largada do calendário nacional e primeira oportunidade de os atletas mostrarem seus talentos aos técnicos da seleção. E também de testarem as mudanças no regulamento impostas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG).
Entre os cerca de 100 inscritos, de 20 clubes, a competição reúne os principais nomes das duas modalidades, apesar de algumas ausências de peso, como Arthur Zanetti (ouro nas argolas em Londres-2012), Daniele Hypólito e Jade Barbosa. Há ainda quem estará no tablado montado no Ginásio Alcides Pan, mas só para se apresentar.
É o caso de Diego Hypólito e Sérgio Sasaki, ainda sem clube, que farão séries de apresentação. "Viemos para uma avaliação técnica da seleção visando a uma etapa da Copa do Mundo em junho e o Mundial [da Bélgica], no segundo semestre. Optamos não nos federar por nenhum clube para competir o Troféu Brasil para não criar dificuldades quando fecharmos com um novo clube. Por enquanto, não posso adiantar nada, mas dentro de um mês devemos anunciar para onde vamos", diz Diego, sem clube desde abril, quando o Flamengo anunciou o fim da equipe de alto rendimento.
O atleta conta que a ginástica artística masculina sofreu poucas alterações de regras, o que permite manter as séries criadas na temporada passada. "2013 é um ano mais de manutenção, em que o Campeonato Mundial é nossa Olimpíada", fala. No feminino, os destaques no Troféu Brasil são Adrian Gomes e a paranaense Ethiene Franco, integrantes da delegação brasileira nos Jogos de Londres. Entre as mudanças às quais terão de se adaptar, as séries na trave não podem mais ter paradas entre um elemento de acrobacia e outro; no solo, as coreografias terão mais elementos de dança. As provas da ginástica artística serão disputadas amanhã e no domingo.
Hoje, a competição terá as disputas na ginástica rítmica, modalidade em que Toledo se especializou em formar atletas, como Angélica Kvieczynski prata no Pan de Guadajalara, em 2011), na categoria individual. A principal exigência do novo regulamento é favorável às brasileiras, avalia a técnica do conjunto da seleção, Camila Ferezin. "O código de pontuação mudou bastante. Exige mais os passos de dança, o ritmo, que as brasileiras têm de monte. O que precisamos agora é diminuir as faltas na execução das séries", fala.
ExpectativaReferência nacional, time paranaense quer fazer bonito em casa
Pelo segundo ano consecutivo, Toledo sedia o Troféu Brasil de Ginástica. A técnica da equipe da cidade e da seleção brasileira, Anita Klemann, destaca que as ginastas locais têm a responsabilidade dobrada por competirem em casa. "Família e amigos vêm assistir. Estamos muito contentes em mais uma vez receber o evento. será uma excelente oportunidade para mostrar à população local e regional os resultados de anos de esforço e treinamento", fala.
Hoje, o município tem um dos principais centros de excelência na ginástica rítmica do país e atrai atletas de outros estados e estrangeiros, como a argentina Milagros Carrasco, 21 anos, campeã em seu país, que treina na cidade desde o início do ano passado, por indicação da confederação argentina. O projeto também foca o desenvolvimento de novas atletas, investindo nas categorias de base, atendendo de 1,5 mil meninas, em uma parceria da prefeitura da cidade, o Sesi e a Sadia.
O ginásio Alcides Pan local de treinos da equipe de rendimento de Toledo e sede da competição deste fim de semana recebeu investimentos de R$ 1 milhão, é climatizado e conta com três tablados, refeitório, sala de balé e fisioterapia. Foi aprovado como um dos locais para receber seleções no período de aclimatação para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
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