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Imagem do Estádio Olímpico de Londres um ano depois dos Jogos | Reuters
Imagem do Estádio Olímpico de Londres um ano depois dos Jogos| Foto: Reuters

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Sarah Menezes vê retrocesso após medalha

"Esta medalha vai mudar muito minha vida agora", era a previsão da judoca Sarah Menezes logo após o primeiro pódio do Brasil nos Jogos de Londres.

Um ano depois, a piauiense número 1 do ranking mundial na categoria até 48 kg conta que algumas coisas pioraram. "Eu tinha mais patrocinadores antes da Olimpíada. Eram seis e agora, estranhamente, só tenho quatro de empresas privadas [além dos apoiadores públicos]", conta.

Manter-se em Teresina também não tem sido fácil. Os garotos que treinavam com Sarah cresceram, estão mais fortes e mais pesados do que a judoca. "O ideal seria que tivéssemos uma equipe de nível técnico e peso compatíveis para treinar permanentemente conosco", diz o técnico Expedito Falcão.

"Minha maior preocupação é que a promessa do governo estadual em ceder um terreno para minha associação não seja cumprida", diz Sarah. O local está em fase de regularização.

Hoje faz um ano do início dos Jogos Olímpicos de Londres e 365 dias depois da cerimônia de abertura no Estádio Olímpico, que recebeu as delegações de 204 países que competiram nos 16 dias seguintes, os britânicos comemoram os resultados do megaevento, amenizam os pontos não atingidos e parecem ter redescoberto o Brasil.

Um relatório publicado na semana passada pelo Ministério de Comércio e Investimentos do Reino Unido (UKTI, na sigla em inglês) aponta que o país arrecadou 9,9 bilhões de libras (R$ 33 bilhões) desde o encerramento dos Jogos, valor que supera os 9 bilhões de libras (R$ 30 bilhões) investidos para organizar e sediar o evento.

Outro ponto destacado pelo documento é a aproximação comercial entre a Grã-Bretanha e o Brasil justamente pelo fato de os dois países serem anfitriões da Olimpíada. Exportar conhecimentos adquiridos com o megaevento, afirma o UKTI, permitiu que empresas britânicas se tornassem responsáveis por projetar o Parque Olímpico e a arena do handebol para os Jogos de 2016. Além disso, foram responsáveis por equipar os helicópteros usados pela polícia carioca na Copa das Confederações com vigilância por vídeo de alta definição, em um contrato de US$ 2 milhões (R$ 4,8 milhões).

Até a exploração do pré-sal pela Petrobras é apontada nominalmente como uma oportunidade para a indústria de petróleo e gás britânica surgida como legado de ter sediado a Olimpíada. "Planejar e entregar os Jogos de 2012 fez com que o Reino Unido se destacasse na economia global. Inspirados pelos Jogos, temos uma missão para os próximos dez anos para gerar benefícios econômicos e esportivos de longo prazo", diz o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres, Sebastian Coe.

Uma das principais promessas de legado para os ingleses, que era o de tornar realidade o mote do evento ("Esporte no coração para inspirar uma geração") e potencializar projetos de prática esportiva, contudo, segue contestada. Embora números anunciados pela prefeitura londrina apontem que atualmente, 2,4 milhões de pessoas praticam semanalmente alguma atividade esportiva na capital (1,5 milhão a mais do que em 2005, quando foi escolhida como cidade-sede), há críticas sobre cortes nos orçamentos da Educação para os projetos de esporte escolar. O jornal britânico The Guardian apontou reduções de até 40% nos investimentos em programas de lazer e esportes pelo país.

Além disso, quatro federações (handebol, vôlei, tênis de mesa e luta olímpica) deixaram de receber este ano verbas da UK Sports, órgão do governo que repassa dinheiro captado na loteria nacional ao esporte, porque foram consideradas modalidades sem poder de fogo para brigar por pódios nos Jogos de 2016 e 2020.

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