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Interior

Times e população dão utilidade às praças de Cascavel, Toledo, Foz Maringá e Ponta Grossa

Encher as arquibancadas (espaços com 3,7 mil lugares em média) é uma proeza nos maiores ginásios de Cascavel, Toledo, Maringá, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa, porém as cidades encontraram fórmulas para manter as quadras poliesportivas com uso frequente.

Em Maringá, o Chico Neto conta com dois times profissionais que disputam competições nacionais: o Oppus, na Liga Futsal, e o estreante Unimed/UEM/Maringá, na Liga Nacional de Handebol masculino. Recém-reformado (ganhou cadeiras, novo piso, climatização), o ginásio é local de treinos das equipes que defendem a cidade nos Jogos da Juventude e Jogos Abertos.

"É um orgulho para a cidade ter atletas de referência utilizando nossa principal estrutura esportiva. A iniciativa privada tem investido nessas equipes, trazendo maior visibilidade para Maringá", afirma a secretária de Esportes da Cidade Canção, Maria Iraclézai.

Toledo e Cascavel também fazem bom uso de seus maiores espaços poliesportivos. Na primeira, o Ginásio Alcides Pan abre diariamente às 8 horas e só fecha à meia-noite. Recebe as categorias de base até o final da tarde e, depois, é aberto para a comunidade jogar. Nos finais de semana, recebe torneios. Tudo sem custo.

"É a contrapartida da secretaria à população", explica o administrador esportivo da secretaria de esportes local, Franz Menegasso.

Em Cascavel, a rotina é bastante similar. As diferenças são que o público paga uma taxa, por hora (R$ 20) para jogar na quadra do Ginásio Sergio Mauro Festugato nos horários não reservados para treinos e que o local também recebe eventos religiosos e não esportivos, como formaturas e shows.

O Costa Cavalcanti, em Foz, tem em sua agenda os jogos de duas equipes profissionais de futsal e de vôlei. O Oscar Pereira recebe as equipes de vôlei e futsal de Ponta Grossa, além da Liga de Xadrez. Recebeu cadeiras em 2012 e, no segundo semestre, terá a reforma do telhado e de outros itens, orçada em R$ 500 mil e bancada pelo Ministério do Esporte.

Obra

Apesar de obsoleto para grandes eventos – foi re­­provado como possível sede do Mundial de Handebol Feminino, em 2011 – há quem defenda que as fu­­turas intervenções no Giná­­sio do Tarumã não alterem suas características arqui­­tetônicas. "O teto em forma de arco e feito em madeira é único nos dias atuais. É um dos poucos ginásios no mundo com essa carac­­terística e deve ser mantido", defende o professor de Educação Física Francisco Trautwein, que trabalhou no local entre 1993 e 1998.

O mais antigo ginásio do Paraná, entre os oito maiores do estado, agoniza com a falta de um projeto de uso. O Ginásio do Tarumã, 48 anos, em Curitiba, vive hoje entre reformas ou competições esporádicas de pequeno porte.

"Neste ano, recebeu uns três eventos", calcula o administrador da Secretaria de Esporte do Paraná, Venilton Santos Nicocelli. Ele assegura que o local está à disposição para o uso, sem custo, das federações esportivas. Mas poucas, como as de vôlei e judô, aproveitam o complexo.

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Com restrições a grandes público impostas pelo Corpo de Bombeiros, para garantir a segurança, a falta de agenda da praça esportiva – projeto arquitetônico modernista dos anos 60 – parece preocupar o poder público.

"Temos conversado com a Federação Paranaense de Futsal e com uma equipe de patinação artística para que usem o ginásio como local de treinos diários", afirma o secretário de Esportes do Paraná, Evandro Rogério Roman.

O último grande evento foi em 2011, quando abrigou as Olimpíadas Escolares nacionais. Mas foi usado apenas como local de refeições e espaço cultural. E, mesmo depois de ter passado por mudanças no telhado, em uma reforma que custou cerca de R$ 2,2 milhões em 2009, ainda precisa de adequações.

O piso da quadra, em ipê, é o mesmo de quando foi inaugurado em 1965 e sente o desgaste do tempo; os bancos de madeira precisam ser trocados por cadeiras. A manutenção do ginásio é feita por cinco funcionários e os custos mensais para mantê-lo são em torno de R$ 40 mil por mês, estima Nicocelli.

O mestre em Educação Física Fernando Trautwein, que durante cinco anos trabalhou no Tarumã, diz acreditar que derrubar o decreto que limita o local a eventos esportivos seria uma saída para o ginásio.

"A edificação já abrigou um laboratório de Ciência do Movimento, uma biblioteca e um pequeno museu do esporte. Poderia voltar a ter tudo isso e receber outras atividades para a população", sugere.

Mas o ocaso não é exclusividade do Tarum㠖 ou Professor Almir Nelson de Almeida. Outro "quarentão" que amarga a falta de agenda é o Moringão, em Londrina.

Inaugurado em 1972, corre o risco de perder a visita das crianças dos projetos de iniciação esportiva e ainda não tem nenhuma equipe profissional confirmada para jogar em sua quadra.

"A prefeitura requisitou que os profissionais de Educação Física que a Secretaria de Educação nos cedia voltem às escolas. Assim, não há como manter os projetos de escolinhas", explica o presidente da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), o ex-jogador Elber.

Impasse fecha novo ginásio de São José

Em São José dos Pinhais, o Ginásio Max Rosenmann está há quatro meses sem receber evento algum, com as portas fechadas para o público. Isso que o local foi inaugurado há menos de um ano, em julho de 2012.

Isso porque a obra está sob uma ação cautelar da Justiça para que sejam resolvidos os impasses sobre as irregularidades na construção. A Endeal, empresa responsável pelo empreendimento, alega ter entregado o que prometeu e não ter recebido o pagamento. A prefeitura diz ter recebido uma construção com falhas – caixa d'água fora das especificações exigidas pelos bombeiros, ligações hidráulicas incorretas, goteiras no telhado e sinais de infiltração.

"A empresa pediu uma perícia, o que faria o ginásio ficar fechado por tempo indeterminado. Estamos buscando um acordo extrajudicial para tentar fazer um termo de ajuste", conta o secretário de Esportes do município Thiago Bürher, que diz ainda não ter recebido detalhamentos das ações da gestão anterior sobre a obra.

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