Bode expiatório. É assim que o lutador aposentado Wanderlei Silva se vê após o ex-presidente Lula ameaçar processá-lo por causa de uma polêmica publicação nas redes sociais.
Na última terça-feira (19), o paranaense compartilhou uma foto, acompanhada de duras críticas, em que o filho do político aparece abastecendo uma lancha que seria avaliada em R$ 20 milhões. A informação foi desmentida pela equipe do petista.
“Acho que ele quis me pegar de bode expiatório mesmo”, disse Wanderlei à reportagem da Gazeta do Povo em sua casa, em Curitiba.
“Estão fazendo [comigo] o que fizeram com eles. A tal da perseguição política, esse é o medo. Estão usando a máquina para oprimir o povo, extorquir o povo. A gente vê aumento de impostos, mas os gastos não são cortados. Estamos realmente sendo explorados. Se não reagirmos agora, daqui a pouco pode ser tarde demais”, completa.
Aos 39 anos, o curitibano está de volta à sua cidade natal depois de quase uma década vivendo em Las Vegas, nos Estados Unidos. Enquanto analisa ofertas para retornar aos ringues após ser liberado do contrato com o UFC, ele tem aflorado seu lado político.
Eleitor de Aécio Neves (PSDB) na última eleição presidencial, Wand faz críticas frequentes à presidente Dilma Rousseff e ao PT em sua redes sociais. Mesmo com quase 1,5 milhão de curtidas no Facebook e 689 mil seguidores no Twitter, não acreditava que sua opinião chegaria até Lula.
“Não achei que iria [chegar nele]. Mas não me arrependo [das críticas]”, fala, sem temer que o processo vá adiante.
“Eu respeito a lei. O que a lei falar, para mim está bom. Mas não pode ter dois pesos e duas medidas. Se me processar, tem de processar todo mundo que colocou na internet. Há milhares de pessoas postando. A internet é a única forma que temos de mostrar nossa frustração”, opina.
Se tudo estivesse bem, não seria hipócrita de ficar reclamando. Nem eu, nem o Brasil inteiro.
O seis vezes campeão do Pride garante que não tem a carreira política como objetivo no momento. Ele, inclusive, promete se desfiliar do PSDB, legenda que representa desde 2013. Porém, fica evidente em suas palavras que uma incursão nesse mundo pode ocorrer no futuro.
“Já estou fazendo política da minha maneira. Poderia ficar sentado aqui e ver tudo passar, mas isso me revolta. Cheguei a Curitiba há uma semana e nunca vi a cidade tão mal cuidada”, critica.
“Sou um cara que nasceu no Butiatuvinha, que saiu do nada. Ter essa pretensão era impensável. Mas acho que se o povo pedir um dia, achar que posso fazer... Só vou não gastar um real na campanha”, fecha o Cachorro Louco.
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