Cidade deve perder o quarto prazo para apresentar garantias
Cotada para ser subsede também na Copa das Confedarações em 2013 e até mesmo receber o centro de imprensa (algo assumido pelo prefeito Luciano Ducci), Curitiba coloca a credibilidade que ganhou no início do projeto do Mundial em cheque a cada semana.
Uma fonte ligada ao Ministério dos Esportes revelou ontem à Gazeta do Povo que "realmente não há prazo para a cidade provar que tem condições de manter a indicação, mas Ricardo Teixeira já está cheio do disse-me-disse."
Segundo informações, a complacência do dirigente com Curitiba pode acabar a qualquer momento. "Foi assim que o Morumbi deixou o projeto, depois de muita indefinição. E a Fifa não faz a menor questão de ter 12 sedes", lembrou.
O encontro de segunda-feira em Brasília foi colocado por Algaci Túlio, secretário especial para assuntos da Copa, como a quarta data final de definições. Antes, Curitiba já perdeu outros três prazos.
Política
Lula facilita empréstimo
Depois de amanhã, em um ato com a participação de representantes das 12 subsedes da Copa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançará um pacote de benefícios a esses municípios para facilitar o financiamento das obras de infraestrutura urbana necessárias à realização dos jogos.
Lula vai assinar uma medida provisória que, além de flexibilizar os limites de endividamento dessas cidades, vai reduzir a burocracia e criar uma fila específica para os projetos da Copa e das Olimpíadas de 2016 nas linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Isso significa que os projetos de infraestrutura urbana da Copa vão furar a chamada "fila burra".
A caixa-preta da Copa 2014 em Curitiba segue fechada. A reunião de ontem, que daria continuidade ao encontro da quinta-feira no Palácio das Araucárias, foi adiada por causa de um conflito de agendas entre o governador Orlando Pessuti e o prefeito Luciano Ducci. Com o relógio para o encontro com Ricardo Teixeira (presidente da CBF e do COL, Comitê Organizador Local) correndo apenas até a próxima segunda, a tranquilidade demonstrada por políticos e envolvidos na organização da sede curitibana aponta: a fórmula do aporte financeiro via estado teria sido encontrada, apenas não trazida a público ainda.
Estudos técnicos buscam explicar como a Copel (alternativa mais comentada publicamente) vai patrocinar um terço da obra, ou seja, cerca de R$ 45 milhões driblando os impedimentos legais para injeção de dinheiro público em uma propriedade privada. Seria a parcela do estado, que justificaria o aporte com a necessidade de divulgação da marca da companhia, que passará a atuar nos ramos de telefonia fixa e banda extra larga.
Há um questionamento aberto sobre os números. A Copel hoje tem um orçamento de R$ 3 milhões anual no setor para propaganda, cerca de 15 vezes menos que o investimento a ser feito no estádio. Como a votação do projeto na Assembleia Legislativa está marcada para o dia 3 de agosto, Pessuti pode se antecipar e assinar a autorização. Entre os que apoiam a ideia e os que são contrários (na maioria divididos em castas clubísticas), o governador aguarda pelo que seria o "momento certo" para divulgar a medida. Durante toda a sexta-feira a reportagem tentou contato com o governador, sem sucesso.
Na prefeitura, o discurso de tranquilidade é ainda maior. "Estamos trabalhando, está tudo dentro do previsto", limitou-se a dizer o prefeito Luciano Ducci. Se a fórmula do estado permanece obscura, a cidade já confirmou que irá conceder o benefício do potencial construtivo permuta na qual a empresa interessada em investir recebe aval para construir acima dos padrões urbanos estabelecidos em uma determinada área da cidade.
Os valores, no entanto, seguem em estudo. Estima-se algo na casa dos R$ 80 milhões em papéis, que seriam repassados diretamente a uma construtora. O Atlético, que não pode negociar com o BNDES por política do banco, apenas autorizaria a licitação da empresa que ficaria com os papéis.
Informalmente, tanto políticos da cidade quanto do estado dizem ter o aval de Ricardo Teixeira para prorrogar as negociações. Teixeira não teria dado um prazo final. No entanto, fontes ligadas ao presidente da CBF apontam que o mesmo já estaria cansado das indefinições em Curitiba e que a Fifa não faz questão de manter as 12 sedes.
Enquanto isso, o Atlético aguarda. "Está tudo nas mãos do governo [estado e prefeitura]. Agora é com eles os trâmites burocráticos", disse Glaucio Geara, presidente do Conselho Deliberativo rubro-negro. "Vamos esperar o pronunciamento do estado", reforçou Marcos Malucelli, presidente do Conselho Gestor, evitando se aprofundar no assunto.
Tal qual uma batata quente, as garantias financeiras para que a capital paranaense seja subsede são jogadas de mão em mão, sem que ninguém crave qual a fórmula mágica.
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