Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

Não foi à toa que uma pobre pombinha acidentada se tornou o símbolo da reação paranista no Brasileiro para parte da torcida. Tal qual a ave que se chocou contra o alambrado da Vila Capanema e caiu imóvel na ponta direita do ataque tricolor no segundo tempo da partida contra o Goiás, o time foi dado por muitos como morto e de repente ressuscitou.

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"Ressurreição. Acho que é essa palavra mesmo a ideal para explicar a situação. Cabe muito bem para quem viu a mudança de ânimo após a mudança na comissão técnica", discursou o psicólogo Gilberto Gaertner, chamado para trabalhar com o elenco justamente no momento em que a diretoria trocou o treinador Lori Sandri por Saulo de Freitas, há um mês.

A história tem tudo para virar mais uma daquelas famosas lendas do futebol. Um dia quem esteve no Durival Britto vai falar de boca cheia que o gol da vitória no truncado duelo com os goianos, num belo voleio de Jumar, começou com um cruzamento de Léo Matos do lugar onde a pomba estava estirada momentos antes.

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Se o Tricolor realmente escapar do rebaixamento, motivo mais do que suficiente para justificar a fama de "imortal" – pegando emprestado o termo com o qual a torcida gremista se refere ao time de coração. Afinal, é a quinta vez que os paranistas vão parar na UTI. Nas outras quatro (1996, 1998, 2002 e 2004), recobrou a saúde a tempo de permanecer na Série A – o único senão foi em 1999, quando na verdade terminou na frente de cinco adversários, mas foi um dos quatro a cair porque o estranho regulamento considerava uma média com o ano anterior.

"Ultimamente o Paraná nem estava mais passando por isso. Nos dois anos anteriores lutou por vagas na Sul-Americana e na Libertadores. Mas agora que caímos nesta situação chata pelo menos o clube sabe como lidar", disse o zagueiro Neguete, sabendo que a imortalidade na Primeira Divisão está novamente à prova.

Aliviados após a vitória sobre o Goiás, os torcedores aproveitaram para se divertir com a saga da pomba e da gralha-azul nos sites de relacionamento da internet. "Ou seria uma fênix?", perguntou um paranista na comunidade do clube no orkut. "Quem sabe um anjo...", emendou outro.

Gaertner gostou da idéia. "É uma boa metáfora. Já vínhamos trabalhando com os jogadores essa história da fênix, de renascer das cinzas, e agora podemos usar o exemplo da pomba", afirmou.

Só ficou uma pulga atrás da orelha de quem acompanhou o acidente e a súbita recuperação da ave no sábado. Estaria ela passando bem? Os paranistas apostam que sim. Afinal, na situação ainda delicada do time, sabem que não adianta nada aquela respirada se for para cair novamente depois.

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