Coxa pulveriza tabu com grande futebol e gols da dupla ofensiva
Vencer o São Paulo era fundamental para o Coritiba mostrar que seu perfil no Brasileiro é o do time que goleou o Flamengo e bateu o Náutico, não da equipe desatenta batida pelo Internacional. Deu certo. Dentro de casa, onde havia batido o Fla por cinco gols, o Coxa derrubou mais um grande. Com um gol de cada atacante, a equipe de René Simões bateu o São Paulo por 2 a 0 e de quebra derrubou o tabu de quase 11 anos sem vencer o Tricolor paulista no Couto. O triunfo anterior havia sido dia 18 de outubro de 1998, 2 a 1.
Coritiba 100 anos
Faltam 98 dias - 6 de julho
... Em 1972, o Coritiba vence a Seleção Olímpica do Marrocos por 3 x 1, com dois gols de Tião Abatiá e um de Dreyer. Foi a última partida do clube em solo africano, naquele ano, contabilizando quatro vitórias e dois empates. Graças a esta excursão, o Coritiba recebeu do jornal "Gazeta Esportiva", de São Paulo, o título honorífico "Fita Azul", concedido aos clubes que retornassem invictos de excursões ao exterior.
... Em 1996, morre Hamílton Guerra, o Miltinho, ídolo do Alviverde nos anos 50 e um dos atletas de maior qualidade técnica que já defenderam o Coritiba.
... Em 1997, o atleta Reginaldo Nascimento estreia, na partida Coritiba x Portuguesa de Desportos, substituindo o volante Claudiomiro.
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A vitória contra o São Paulo, por 2 a 0, no Couto Pereira, deixa no ar uma pergunta tão importante que dessa resposta depende boa parte do futuro alviverde e das comemorações do centenário: como repetir a atuação de ontem no restante do ano?
O questionamento rondou os jogadores do Coritiba ao fim da partida contra o Tricolor paulista sem que ninguém arriscasse uma resposta. Desde o começo do jogo o time do Alto da Glória tomou o controle da partida. Marcou forte e arrancou com velocidade e qualidade ao contra-ataque. Não deu chances ao tricampeão brasileiro. Venceu com facilidade.
"Trabalhamos a semana toda para isso. Se mantivermos isso, com certeza vamos conseguir levar o Coritiba a brigar pelo título", profetizou Marcelinho Paraíba, que, mesmo sem marcar, foi o melhor em campo, conduzindo a equipe seja com a bola nos pés ou com orientações dentro de campo.
Foi um comportamento coletivo completamente diferente da derrota por 3 a 0 para o Internacional, na rodada anterior. Até melhor do que na atuação contra o Flamengo, quando venceu por 5 a 0, a primeira neste campeonato. Uma instabilidade que coloca o Alviverde no meio da tabela: está em 12º na competição. Próximo da parte de cima da classificação, mas mais perto ainda da rabeira.
"Agora não podemos parar por aí. Sabemos que um novo tropeço pode nos colocar outra vez na zona de rebaixamento", afirmou o goleiro Vanderlei, que deu a sua opinião sobre a falta de equilíbrio do time, principalmente na disputa por pontos corridos. "Nos grandes jogos nós crescemos. O problema contra o Inter foi que, por eles estarem com uma equipe reserva, achamos que seria fácil. Não foi."
Há, contudo, uma outra forma de ver a situação alviverde, mais positiva. Após a saída da Copa do Brasil e contando aquela vitória contra o Inter, por 1 a 0, considerada por todos no Alto da Glória como um divisor de águas foram seis jogos, com quatro vitórias e duas derrotas do Coxa. Um desempenho de 67%, o mesmo, por exemplo, do Atlético-MG, o segundo colocado.
Quem poderia responder como manter esse aproveitamento não falou à imprensa. René Simões saiu logo após o apito final do gaúcho Leandro Vuaden. Como hoje é folga geral, o técnico correu para o aeroporto Afonso Pena e voou direto ao Rio de Janeiro. Fica hoje com a família e amanhã começa a tentar resolver a questão crucial ao futuro do Coritiba.
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Craque
Marcelinho Paraíba
Comandou o meio de campo alviverde criando jogadas e participando dos desarmes.
Bonde
André Dias
Driblado nos dois gols do Coritiba, selou a atuação desastrosa com uma expulsão.
Guerreiro
Leandro Donizete
Não se importou com a vantagem no placar e lutou em todas as jogadas até o final da partida.
As chaves do jogo
Placar aberto
O jogo estava equilibrado quando Marcos Aurélio driblou dentro da área e abriu o placar para os donos da casa. O gol deu confiança ao Coritiba que a partir daí não se encolheu e foi para cima do São Paulo, tomando conta do jogo.
Segundo gol
O gol marcado pelo argentino Ariel Nahuelpan, logo aos dois minutos da etapa final, esfriou de vez os ânimos dos jogadores do São Paulo que voltaram do intervalo decididos a virar a partida.
Expulsão
Imprudente, André Dias deu um carrinho por trás em Leandro Donizete e recebeu de cara o cartão vermelho. O São Paulo, que já perdia por dois gols e jogava pior que os donos da casa, afundou na partida.