Pretinha e Lilly conhecem fantasma
A meia Pretinha, de 32 anos, e a atacante Lilly, 36, são as jogadoras mais indicadas para explicar a rivalidade entre brasileiras e americanas.
Desde que o futebol feminino ganhou um Mundial organizado pela Fifa e entrou no programa olímpico, elas estiveram em todos os duelos envolvendo os dois times por essas competições, além de vários outros amistosos e competições continentais.
Lilly, a única atleta a ter participado de todas as edições do Mundial (Pretinha não foi com o Brasil ao torneio de 2003), esteve em campo nas cinco vitórias americanas em cinco jogos sobre as brasileiras em Mundiais e Olimpíadas, nas quais seu time marcou 14 gols e sofreu um.
Pretinha, hoje uma reserva que quase sempre entra em campo (marcou o gol da vitória sobre a Dinamarca), atesta a evolução brasileira.
"Este é o meu quarto Mundial, e claro que eu noto um progresso do nosso time, que cresce em toda competição. O Brasil tem grandes jogadoras e joga um bom futebol", disse ela ao site oficial da Fifa.
A seleção entra em campo com: Andréia; Elaine, Aline, Tânia e Ester; Renata Costa, Formiga, Maycon e Daniela Alves; Marta e Cristiane.
Um respeitável aproveitamento se opõe à seleção brasileira, a partir das 9 horas (de Brasília). Por uma vaga na final da Copa do Mundo de futebol feminino, disputada na China, o Brasil desafia o estigma de 18 derrotas, 3 empates e apenas 1 vitória diante dos Estados Unidos. Um reencontro movido pela rivalidade e pelo desejo de aliviar frustrações.
"Não se trata de uma revanche, mas sim de sonhos que foram roubados sempre em momentos difíceis, como no Mundial de 99, nos Estados Unidos, e na Olimpíada de Atenas, em 2004. Uma vitória sobre elas sempre será uma realização", confessou a goleira Andréia Suntaque, em entrevista à Gazeta do Povo por e-mail de Hangzhou, onde acontece a semifinal.
Presente nesses dois tropeços e em outros tantos durante oito anos a serviço do Brasil, a camisa 1 cansou de bater de frente com a potência da modalidade e amargar deslizes. "Mas somos uma equipe que sempre preocupa as norte-americanas por nossa qualidade técnica e individual", pondera a paranaense de Nova Cantu, região Central do estado, que, durante a entrevista via e-mail, pediu para mandar um abraço para os pais, em Paranaguá, e o irmão, em Campo Mourão.
E se as rivais se preocupam, um pouco é graças a ela. Até o jogo de domingo contra a Austrália, Andréia ostentava 881 minutos de invecibilidade. Ela não sofria um gol em jogos oficiais desde a final da Olimpíada de 2004. Passou ilesa nos seis jogos do Pan e nos três primeiros da Copa do Mundo.
Uma marca importante a ponto de abalar a equipe quando foi batida com a "ajuda" de um recuo mal feito da volante Renata Costa.
"Após o gol, não pensei na minha invencibildade. Só me veio na cabeça esse jogo vai ser difícil." E foi mesmo. O Brasil vencia por 2 a 0 e viu uma partida fácil se complicar. A classificação veio com um suado 3 a 2. "Quero continuar a não tomar gols para que a gente saia como campeã. É nosso sonho, nossa vida", afirma a jogadora.
O título da Copa do Mundo representaria o auge desta seleção, cujo currículo registra a prata olímpica e o ouro no Pan 2007 como maiores conquistas. Nos Jogos do Rio, a equipe festejou o único truinfo sobre as Yankees, mas não se iludiu diante das reservas enviadas ao Brasil.
A taça reforçaria o incessante apelo a favor da modalidade. "O desenvolvimento da seleção depende de campeonatos no Brasil para que surjam novos talentos, como surgiu a Bárbara, uma goleira de apenas 19 anos e que vai me representar muito bem no futuro", defende a jogadora.
Mas, segundo ela, não adianta calendário sem remuneração. "Não dá para jogar sem investimento. Outro dia escutei um amigo da Espanha me dizer se eu fosse homem já estaria bem financeiramente. Como não sou, não tenho nem carro (risos)", admite.
Na TV: Brasil x EUA, às 9 h, na Band, Sportv e ESPN Brasil.
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