Jadson já se preparava para se naturalizar ucraniano para defender a seleção local e poder se transferir para um clube da Inglaterra| Foto: Alexander Hudoteply/ AFP

Memória

Jadson brilhou no Brasileiro de 2004

Jadson foi revelado pelo PSTC, de Londrina, e chegou às categorias de base do Atlético em 2001. Entre o fim de 2003 e a temporada de 2004, foi alçado ao time profissional pelo técnico Vadão. No Furacão, trabalhou ainda com Mário Sérgio, mas teve seu ápice mesmo com Levir Culpi. Na época, foi um dos destaques do vice-campeonato brasileiro em 2004, em uma equipe que tinha ainda Fernandinho – também no Shakhtar –, Dagoberto e Washington. Época que traz uma nostalgia ao meia. "Tenho saudade daqueles tempos do Atlético, pois passei bons momentos com a torcida", afirma o jogador. Quando soube do negócio com a Ucrânia, pediu para não ir, queria ficar no clube para a disputa da Libertadores. Mas não houve conversa. Tido como jogador instável, a diretoria optou em negociá-lo com o emergente futebol do Leste Europeu. "Acho que o passar dos anos me deu mais experiência de jogo. É bom, faz seis anos que estou aqui e já me acostumei", diz.

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A lista

Goleiros

Julio Cesar (Inter de Milão)

Gomes (Tottenham)

Neto (Fiorentina)

Laterais

Daniel Alves (Barcelona)

Rafael (M. United)

Marcelo (Real Madrid)

André Santos (Fenerbahçe)

Zagueiros

Breno (Bayern)

David Luiz (Benfica)

Thiago Silva (Milan)

Luisão (Benfica)

Meias

Lucas (Liverpool)

Ramires (Chelsea)

Sandro (Tottenham)

Elias (A. de Madri)

Hernanes (Lazio)

Anderson (M. United)

Renato Augusto (B. Leverkusen)

Jadson (Shakhtar)

Atacantes

Robinho (Milan)

Alexandre Pato (Milan)

André (D. de Kiev)

Hulk (Porto)

Convocado ontem por Mano Menezes pa­­ra o próximo amistoso da seleção brasileira, o lon­­drinense Jadson, re­­velado pelo Atlé­­tico, se surpreendeu ao ser lembrado para vestir a amarelinha aos 27 anos. O meia, que completa hoje exatos seis anos na Ucrânia, viu no chamado para a partida contra a França, dia 9/2, o fim de um dilema.

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Sem expectativa de servir à seleção de sua terra natal, o atleta já traçava outros planos. Estudava a possibilidade de naturalizar-se ucraniano e, consequentemente, jogar pela equipe daquele país. A decisão definitiva sobre a naturalização só não tinha sido tomada ainda, pois, nesse caso, ele perderia a cidadania italiana, que está em trâmite.

Contudo, se adotasse a nacionalidade ucraniana era certeza de que passaria a figurar nas convocações da seleção nacional, o que seria o suficiente para realizar um de seus sonhos: jogar no futebol inglês – atuar por uma seleção é exi­­gência da legislação da In­­gla­­terra para estrangeiros.

"Não estava esperando. Fi­­quei surpreso mesmo, mas muito feliz com essa oportunidade que o Ma­­no está me dando", falou o jogador, que admitiu nem ter lembrado de que a convocação sairia on­­tem. Ele recebeu a notícia depois de atuar no amistoso contra o Sparta Praga (1 a 1), em Dubai, on­­de o Shakhtar faz pré-temporada. "A gente está treinando aqui, eu estava no jogo. Quando cheguei no hotel meu empresário me avisou. Mas só depois que entrei na internet foi que caiu a ficha. Liguei para minha mulher, para os meus pais...."

A alegria de estar na lista do técnico gaúcho encerrou as dúvidas sobre seu futuro passaporte. Não apenas as portas da Inglaterra se abrem ao ex-atleticano, mas também os olhares do mundo miram o meia de articulação.

"O Campeonato Ucraniano não é de muita visibilidade. Então só aparecemos quando estamos na Champions League ou na Copa da Uefa", explica o jo­­ga­­dor. Ele credita a convocação ao desempenho na Copa dos Cam­­peões, na qual o Shakhtar enfrentará o Roma (16/2), pelas oitavas de final.

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Mas o motivo que levou Mano Menezes a chamar o meia não foi apenas esse. Logo após anunciar os 23 nomes, o técnico gaúcho explicou que a presença de Jadson faz parte da tentativa de arranjar substitutos para os jogadores Kaká e Ganso – o primeiro está retornando de lesão, já o santista volta aos gramados só em março.

A dura missão não chega a as­­sus­­tar quem foi um dos responsáveis a levar o Atlético ao vice campeonato brasileiro de 2004: "O Kaká é um grande jogador, já foi o melhor do mundo. O Ganso também já provou a sua qualidade. Mas cada um tem o seu es­­tilo. E agora eu estou aí com essa chance e vou tentar, na au­­sência deles, ajudar a seleção."

É costume de Jadson agradecer a Deus todas as oportunidades que a vida lhe proporcionou. Mas entre as conquistas no mundo da bola o atleta não esconde que a convocação está topo da lista. "É a maior oportunidade de minha vi­­­da. Te­­nho de agarrar com unhas e dentes para conseguir meu espaço."