Gelsenkirchen – Felipão cantando o Hino de Portugal antes do início da partida e, logo depois, à beira do gramado, histérico. Felipão, após o apito final de Lubos Michel, com os punhos cerrados em direção aos torcedores mexicanos e, sorrindo, já mais calmo na coletiva de imprensa.

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Momentos de bastidores da vitória de Portugal por 2 a 1 sobre o México, ontem, que servem bem para ilustrar a nova marca obtida por Luís Felipe Scolari na Copa do Mundo da Alemanha e o estilo inconfundível do treinador brasileiro, cheio de contratastes.

Com o triunfo, o gaúcho de Passo Fundo aumentou seu recorde de vitórias consecutivas em Mundiais para 10 – ele venceu todas as partidas que disputou em Copas do Mundo: 7 pelo Brasil, em 2002, mais 3 dirigindo os portugueses. E, após 40 anos, levou Portugal às oitavas-de-final, igualando também o desempenho luso na fase inicial do Mundial de 1966, com três vitórias.

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Felipão se alegra: "As coisas não podiam ter sido melhores". E depois se fecha, sério. "Mas espero que Portugal consiga fazer o seu melhor em todos os jogos daqui para frente porque agora é mata-mata. E um dia ruim pode significar a eliminação."

Já classificados, ontem, os portugueses jogaram com cinco desfalques: Deco, Pauleta, Cristiano Ronaldo, Nuno Valente e Costinha. Poupados por já terem recebido um cartão amarelo, foram proibidos pelo treinador até de ficar no banco de reservas. E enquanto se arrumavam nas arquibandas do estádio AufSchalke Arena, em Gelsenkirchen, no vestiário o técnico utilizava o que tem de melhor: a retórica. "Eu pedi a meus jogadores que dificultassem para mim a escolha do time para o próximo jogo. E eles fizeram isso", contou o brasileiro.

O bom desempenho, contudo, resumiu-se, basicamente ao primeiro tempo. No começo, Portugal foi arrasador e chegou fácil aos 2 a 0. Maniche, aos 5, e Simão Sabrosa (de pênalti), aos 23, marcaram para os lusos. Depois, no abafa dos mexicanos, veio o revés, aos 28, numa falha de marcação e uma excelente cabeçada de Fonseca.

A partir daí o México fez os portugueses sentirem o que todo torcedor que teve Felipão como técnico já sentiu: aflição. Mas o brasileiro, além de competente, tem sorte, e aos 12 minutos o mexicano Bravo chutou para fora um pênalti cometido por Michel.

Hora, então, de novo, da sinceridade: "O México mereceu a igualdade. Mas o importante é que também está classificado." Portugal irá enfrentar a Holanda, domingo, às 16 horas. E mesmo tendo um retrospecto amplamente favorável – em 9 jogos, 5 vitórias,3 empates e apenas 1 derrota –, no momento não era de esperar nada além do que o óbvio do brasileiro. "Tanto Holanda como Argentina mostraram que são grandes equipes. Vamos ter grandes dificuldades diante dos holandeses, assim como teríamos diante dos argentinos."

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Em Gelsenkirchen

PORTUGAL 2Ricardo; Miguel (Paulo Ferreira), Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Caneira; Petit, Maniche, Tiago e Figo (Boa Morte); Postiga (Nuno Gomes), Simão Sabrosa.Técnico: Luiz Felipe Scolari.

MÉXICO 1Sánchez; Osorio, Francisco Rodríguez (Zinha), Rafa Márquez e Salcido; Méndez (Franco), Luis Pérez, Pardo, Pineda (Castro); Fonseca e Bravo.Técnico: Ricardo Lavolpe.

Estádio: Arena AufSchalke. Árbitro: Lubos Michel (ESL). Gols: Maniche (P), aos 6, Simão Sabrosa (P), aos 24, e Fonseca (M), aos 29min do 1º tempo. Amarelos: Miguel, Maniche, Boa Morte, Nuno Gomes (P), Rafa Márquez, Francisco Rodríguez, Zinha e Luis Pérez (M). Vermelho: Luis Pérez (M).